Hi with The Fair Flower of Northumberland from What's New Alasdair Roberts, Amble Skuse & David McGuiness' album. Have a nice afternoon.
Monday, 30 April 2018
Christian Death - Hard Club, Porto, 27.04.2018.
© Guilherme Lucas |
words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos: Guilherme Lucas
Christian Death are one of those rock groups that are unique and
perfect to be the subject of an in-depth analysis by any underground rock
lover. Not only because they have a very extensive and varied quality
discography but also because their entire existence is, to this day, haunted by
the presence of its founder Rozz Williams, who initially formed the band by
"merging" with the musicians of another band - Pompeii 99 - in an
attempt to give a second life to the group.
If one connects all that with an anti-religious discourse
against established morality,of sex, drugs and pure debauchery and perversion,
with shocking initial performances, as well as the connection to the occult and
magic of some of its members a long time ago, like the 80s, it can be understood
why Christian Death are a pioneering and revolutionary band in lots of what is nowadays
current practice in some underground market niches, where many bands that, far
beyond them, have reached world success.
If, in its origins, the group owes much to Alice Cooper or David
Bowie, to Roxy Music or to The Stooges (assumed at the time as structural
influences), it can also be said that without Christian Death, bigger and
current names like Nine Inch Nails, Marilyn Manson, or even Diamanda Galas
would not have been the same, as they also are aesthetic consequences of this
group.
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With a stage serenely decorated with red roses, that involved
every stand hardware and the drums, as well as a small memorial dedicated to
the founding member of the American band - Rozz Williams - Christian Death, the
founders of the American deathrock scene , performed in Hard Club’s Sala 2, their
only gig in Portugal included in their current European tour, called the
Romantic Death Euro Tour.
They began the show with a long introspective solo, like an
intro, and with conviction, attacked with the theme The Nascent Virion, giving
the motto to what was to follow. It is with the second theme that the group,
managed by guitarist-vocalist Valor Kand, reaches depth and eloquence.
Penitence Forevermore is possibly the biggest theme of their latest work, from
2015 album’s The Root of All Evilution, it's a completely overwhelming theme
regardless of the aesthetics in which it is inserted.
The Christian Death that I saw at Hard Club are a very solid stage
band stage, but they do what is strictly necessary to keep a rhythm balanced
between themes, that is, they are very directed to offer a concert within a
very specific aesthetic, deathrock and gothic. In that sense, since they are
not highly evolved instrumentalists (one is often thankful for it, as in the case
at hand), they can do a very good job at a collective level. They have in their
bass player, the very exuberant Dutch Maitri, a powerful voice, in a soul registry,
that dominates the entire spectrum of the songs when she is called to
intervene.
I recognize that it is upon drummer Jason Frantz (a non-permanent
member) that lives much of what the band reflects live ... let's say he is the
one who holds the entire structure and accentuates the details of each theme.
And Valor Kand is the band's warrior and brains, the one who on nights like
this pays tribute to the memory of their founder. His solos and electric guitar
sound define a whole aesthetic of deathrock subgenre, and in such, he is one of
the few existing masters. One can not ask for more than this.
© Guilherme Lucas |
© Guilherme Lucas |
© Guilherme Lucas |
© Guilherme Lucas |
texto e fotos: Guilherme Lucas
Os Christian Death são daqueles grupos de rock únicos e
perfeitos para ser alvo de uma análise aprofundada por qualquer amante de rock
underground. Não só porque tem uma discografia de qualidade, muito extensa e
variada, mas também porque toda a sua existência é assombrada até aos dias de
hoje pela presença do seu fundador Rozz Williams, que forma inicialmente a
banda por “fusão” com os músicos de uma outra banda – Pompeii 99 – numa
tentativa de dar uma segunda vida ao grupo.
Mas a partir daí é todo um historial de saídas e entradas de
músicos, culminando com a saída do próprio Rozz, alegando esgotamento de tours.
Valor Kand herda a banda e dirige-a até à atualidade, embora tenha passado por
tormentas judiciais (ganhas) de posterior disputa do nome de Christian Death,
aquando de um novo regresso aos palcos de Rozz Williams que reclamava para si
de novo o grupo que havia criado. É também todo um conjunto de personalidades
excêntricas que passaram pela banda que lhe dá um cunho único, como é o caso de
Eva O e Gitane Demone. E depois há o suicídio de Rozz Williams no dia 1 de
Abril de 1998, feito de forma enigmática e cinemática e que serve para aumentar
o histórico negro da banda.
Se ligarmos tudo isto a todo um discurso antireligioso e contra
a moral instituída, de sexo, drogas e pura devassidão e perversão, com
performances iniciais chocantes, bem como a ligação ao oculto e à magia de
alguns dos seus membros para uma época já longínqua no tempo, como foram os 80,
entende-se porque os Christian Death são uma banda pioneira e revolucionária em
muito do que hoje em dia é prática corrente em alguns nichos de mercado do
underground, onde muitas bandas que, muito para além deles, atingiram sucesso
planetário.
Se o grupo nas suas origens deve muito a um Alice Cooper ou
David Bowie, a uns Roxy Music ou a uns The Stooges (assumidos na época como
influências estruturais), podemos também dizer que sem os Christian Death,
nomes maiores e atuais como uns Nine Inch Nails, um Marilyn Manson, ou até uma
Diamanda Galas não teriam sido a mesma coisa, pois são também eles consequência
estética deste grupo.
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Com um palco decorado serenamente a rosas vermelhas, que
envolvia tudo o que era ferragens de tripés e bateria, bem como um pequeno
memorial dedicado ao membro fundador da banda norte-americana - Rozz Williams -
os Christian Death, fundadores da cena deathrock norte-americana,
apresentaram-se em concerto na sala 2 do Hard Club, na sua única data em
Portugal da sua atual tour europeia, denominada de Romantic Death Euro Tour.
Iniciaram o espetáculo com um longo solo introspetivo, em jeito
de intro, e atacaram com convicção o tema The Nascent Virion, dando o mote ao
que se seguiria. É com o segundo tema que o grupo, gerido pelo
guitarrista/vocalista Valor Kand, atinge profundidade e eloquência. Penitence
Forevermore é, eventualmente, o tema maior do seu último trabalho, datado de
2015, o álbum The Root of All Evilution, e é um tema completamente arrebatador,
independentemente da estética em que está inserido.
A partir daí, sucederam-se outros temas igualmente perfeitos no
que à intensidade das emoções diz respeito, destacando We Have Become (o riff
principal e o andamento doom é completamente e deliciosamente Black Sabbath; é
ouvir e fazer a comparação com o tema Black Sabbath); Secrets Down Below,
Worship Along The Nile e Iluminazi, onde em todos estes temas, Maitri, a
baixista/vocalista é simplesmente perfeita… e fabulosamente sexy. No final, e
após um encore muito pedido pelo público, a banda retirou-se definitivamente,
pese os esforços do mesmo para que regressassem para mais um tema.
Os Christian Death que vi no Hard Club são uma banda muito
sólida em palco mas que só faz o estritamente necessário para manter toda uma
cadência equilibrada entre temas, ou seja, estão muito direcionados para
oferecer um concerto dentro de uma estética muito específica e que é deathrock
e gótica. E nesse sentido, não sendo instrumentistas muito evoluídos (muitas
vezes agradece-se isso, o que é o presente caso), conseguem executar um muito
bom trabalho a nível coletivo. Tem na sua baixista, a muito exuberante
holandesa Maitri, uma poderosa voz, em registo soul, que domina todo o espetro
das músicas quando é chamada a intervir.
Reconheço que é no baterista Jason Frantz (membro não
permamente) que reside muito do que a banda reflete ao vivo... digamos que é
quem segura toda a estrutura e acentua os pormenores de cada tema. E Valor Kand
é o guerreiro e o cérebro da banda, aquele que em noites como esta, presta
tributo à memória do seu fundador. Os seus solos e som de guitarra elétrica
definem toda uma estética do subgénero deathrock, e nisso é um dos poucos
mestres existente. Não se pode pedir mais do que isto.
© Guilherme Lucas |
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© Guilherme Lucas |
Sunday, 29 April 2018
Saturday, 28 April 2018
Friday, 27 April 2018
Tasos Stamou - Musique con Créte
by Raquel Pinheiro
Greek born, London living, thirty something years old Tasos Stamou, an electroacoustic music composer and performer, and creator of alternative electronic music instruments – he likes to bend circuits and to hack hardware, and is as much at ease modifying toys or Casio keyboards. Tasos is also a researcher of ancient, traditional music.
Musique con Créte, Stamou’s new record, and his first proper composition work, he tends to release live recorded one, is the result of an artist residency of four weeks, in Heraklion, Crete, that started three years ago, with a follow up during two subsequent Summers. Tasos idea was to explore the music of this part of Greece he had not visited before, and to reconnect with some parts of his Greek heritage.
Stamou collected field recording, both in nature and urban environment, hosted studio sessions with local musicians, got tapes and records from old record shops, improvised, dismantleded traditional songs, and assembled a complex multi-layered sound collage that revisits local traditional music, coupling it with electronic and acoustic fabrics.
The result is a complex, strange, fascinating, at times minimalistic, at times folklore, other times quasi, if not fully, spiritual, palette of sounds and textures. Some instrumental, others vocalized/sang.
Some of Musique con Créte’s tracks have both a personal and ethnographic relevance, like when Tasos was invited by a friend to attend a Koura ceremony for a closed group of people and was able capture a rare Rizitiko song.
The record is a good mix of ancient, ethnographic music and concrete music methods - loops, down sampling, effects processing etc., allowing the listener to dive into, what for most is certainly an unknown musical world, that of Crete’s traditional music. The above mentioned Rizitiko, Vasiliki, Ballad of the Crippled Gipsy fall under the more traditional/ethnographic group, while A Call, The Arrival, or A Dance bring the electroacoustic and concrete music to the forefront.
(Discrepant Records, 2018)