© Guilherme Lucas |
Príncipe | Cavalheiro, Passos Manuel, Porto, 09.03.2019 - Part 1: Príncipe.
words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos Guilherme Lucas
Príncipe is musician's Sebastiao Macedo personal project that he splits with his other band, Ciclo Preparatório. If at first we may be tempted to look for communalities in both projects musical and poetic discourse in Príncipe, that task is immediately solved by listening attentively to his excellent work, summarized in his December 2017 debut album as a singer-songwriter called A Chama e o Carvão .
Príncipe is a musical project of touching, deep beauty that elevates us Above. It is simply delicious and the greatest that Portuguese music has currently to give. A thing that Ciclo Preparatório does not achieve or aims to, maybe because of having a different goal and stance.
Sebastião Macedo is a great multi-instrumentalist with a good voice, both in his compositions and in his lyrics. In such regard he also is a good poet and writer. All his songs, which are huge, condense a whole way of being Portuguese and worldly, in the most melancholy and hopeful fashion we have. The songs have fado and classical music intelligently intertwined with our most popular "troubadour" and ancestral roots folk music, with arrangements and sounds from the most global modern indie-pop. It is amazing to realize that Príncipe's first album in an adult one for eternity, in the sense of striking perfection. The reason being Sebastião Macedo has his very own musical and singing style, already stylistically defined, which allows him to be differentiated from his other peers others who may be within the same typology.
It has been some time I had wanted to see Príncipe; I wanted to check whether my suspicions were right or whether I was being overly enthusiastic about his music solely based on listening to his recorded work. The opportunity presented last Saturday. Príncipe's concert not only confirmed what I already thought of him and of his music, but also reinforced my opinion that there is something very precious in him to already take him very seriously. His performance was very good and settled on the irreprehensible interpretation of his album. It was a careful performance in good taste, where everything was perfect between very committed and attentive musicians. However, there was a moment for which this old punk rocker, who signs these no-future reviews, was not warned and prepared for. The interpretation of the theme Luz Cessar-Fogo was the most glorious and luminous moment of the whole concert; something that overwhelmed me completely and made me shiver like a fool. It was music doing its redeeming miracles. He had no right, it was not right and I will never forget it!
This Príncipe [Prince] is already a King, and I urge the gods to make him a deserving Emperor in the future.
© Guilherme Lucas |
texto e fotos: Guilherme Lucas
Príncipe é o projeto pessoal do músico Sebastiao Macedo, que o reparte com a sua outra banda, Ciclo Preparatório. Se à partida podemos ser tentados a procurar aspetos comuns aos dois projetos no discurso musical e poético deste Príncipe, essa é tarefa que fica imediatamente resolvida, na escuta atenta do seu excelente trabalho, resumido no seu álbum de estreia de Dezembro de 2017, de nome A Chama e o Carvão, enquanto cantautor.
Príncipe é um projeto musical de uma beleza tocante, profunda e que nos eleva ao Éter. É simplesmente delicioso e do mais grandioso que a música portuguesa tem para nos dar por estes dias. Algo que Ciclo Preparatório não consegue ou ambiciona, talvez por ter objetivo e postura diferente.
Sebastião Macedo é um grande músico multi-instrumentista com uma boa voz, tanto nas suas composições como nas suas letras. É, nesse sentido, também um bom poeta e escritor. Todas as suas canções, que são enormes, condensam toda uma forma de ser português e do mundo, no que de mais melancólico e esperançoso temos. Há nelas fado e música clássica entrecruzada inteligentemente com a nossa música popular de raiz mais “trovadoresca” e ancestral, com arranjos e sons da mais moderna indie-pop global. Espanta constatar que este Príncipe tem no seu primeiro trabalho um álbum adulto e para a eternidade, no sentido de raiar a perfeição. Isso ocorre porque Sebastião Macedo tem um estilo musical e de canto muito próprio e já definido estilisticamente, que o permite diferenciar de outros seus pares que também possam estar dentro da mesma tipologia.
Desejava ver este Príncipe ao vivo há já algum tempo; queria confirmar se as minhas suspeitas estavam certas ou se estava a ser demasiadamente entusiástico com a sua música baseada apenas na escuta do seu trabalho discográfico. Essa oportunidade ocorreu no sábado passado. O concerto de Príncipe não só confirmou o que já pensava dele e da sua música, como reforçou ainda mais a minha opinião de que há nele algo muito precioso para o levar muito a sério desde já. O seu espetáculo foi muito bom e assentou na interpretação irrepreensível do seu álbum. Foi uma atuação cuidadosa e de bom-gosto, onde tudo esteve perfeito entre músicos muito empenhados e atentos. Mas houve um momento para o qual este velho punk rocker, que assina estas reviews sem futuro, não ia de todo avisado e preparado. A interpretação do tema Luz Cessar-Fogo foi o momento mais glorioso e luminoso de todo o concerto; algo que me arrebatou completamente e me fez arrepiar como um idiota. Foi a música a fazer os seus milagres redentores. Não há direito, não se faz e jamais o esquecerei!
Este Príncipe é já um Rei, e peço encarecidamente aos deuses, que no futuro, venha a ser um merecido Imperador.
© Guilherme Lucas |
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