FullSteam © Guilherme Lucas |
words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro ); photos:
Guilherme Lucas
Matosinhos’ FullSteam started Thursday night at Woodstock 69. Their
sound is within heavy rock, mostly through sub-genres like hard rock and
blues-rock. The group gave a decent show, despite the collective’s project exhibition
some amateurism. If it is undisguisadble they already posess a sound and a
genre in which they fit very well. Live, is it undeniable that they’re still a
band with lots to improve. What struck me as obvious at once during their
performance, is that they are a two-speed quartet: there is a good guitarrist
with interesting details through the themes and a charismatic singer who is
almost on point,if he leaves behind certain stylistic formatting in his singing.
On the other hand, they have a rhythm section has a lot to improve,
especially the somewhat confusing and not very assertive drums. FullSteam are,
for the time being, a band showing rock clichés, not all of them yet well
achieved and executed, but they demonstrate potential to be able to aim at something
bigger within their style. But for that, they must definitely abandon some of
their amateur posture, technically sharpening their repertoire and playing more
clearly.
It was the third time in three years in a row that Danes Bite The Bullet
performed at Woodstock 69. It was the first time I saw them live and the only
thing I can say about their performance is that the Porto lived glorious
moments of pure rock'n'roll, that will remain forever in the memory of all who
were present at Campanhã’s bar. Bite The Bullet are a quartet that practices
rock'n'roll within a hard-blues strand, but because they merge other subgenres,
their music has many moments that either refer us to The Stooges or Led
Zeppelin, through much of the of English and American rock heritage from the
70s and ending up in musical fields that are surprising because they are
unexpected (I have even identified Roxy Music somewhere in their sound).
Live, Bite The Bullet are
a very well-oiled and perfect music machine in a fuzz-pop-psychedelic registry,
with real songs, with an unusual ability to interact with the audience and
completely deliver in concert. They managed to literally sit down on the floor,
in a rare posture (I can only remember something similar, from over two decades
Buddy Guy come to something similar in Porto’s Coliseu, in a somewhat different
situation ... Buddy Guy was a blues-man, what the hell). The discography of the
collective is of great quality, within its genre, already having categorical a sharpened
creativity to perform some very strong themes (read hits) such as My Soul or
Home.
A great voice, excellent backing vocals, precise instruments of very good taste within their style, make this Copenhagen band one ideal to enjoy excellent rock on any night of our life. That was what happened. Bite the Bullet - who are currently touring Europe - gave one of the best concerts I have seen at Woodstock 69. They are already in my top 5.
Bite The Bullet © Guilherme Lucas
Bite The Bullet © Guilherme Lucas
texto e fotos: Guilherme
Lucas
Os FullSteam, banda de Matosinhos, iniciaram a noite de quinta-feira no
Woodstock 69. O seu som está dentro do rock pesado, essencialmente por via de
subgéneros como o hard-rock e o blues-rock. O grupo ofereceu um espetáculo
decente, pese a demonstração ainda de algum amadorismo no projeto do coletivo.
Se é indesmentível que já tem um som e um género em que se enquadram muito bem,
é notório ao vivo que são ainda uma banda com muitos aspetos para melhorar. O que me pareceu desde logo óbvio, durante toda a sua
atuação, é que são um quarteto a duas velocidades: tem um bom guitarrista, com
pormenores interessantes ao longo dos temas, e um vocalista carismático, que
está quase no ponto, se deixar para trás alguma formatação estilística na forma
como canta. Por outro lado possuem uma secção rítmica que tem ainda muito
espaço para ser melhor trabalhada, principalmente a parte da bateria, que se
mostrou algo confusa e pouco assertiva. Os FullSteam são, por enquanto, uma
banda de exercício de clichés rock, nem todos eles ainda bem conseguidos e
executados, mas que demonstram potencial para conseguir ambicionar algo maior
dentro do seu estilo. Mas para isso, tem de abandonar definitivamente alguma da
postura amadora, apurando tecnicamente o seu repertório e atuando com mais
esclarecimento
É já a terceira vez que
os dinamarqueses Bite The Bullet se apresentam ao vivo no Woodstock 69, em três anos
seguidos. Foi a primeira vez que os vi ao vivo e a única coisa que posso dizer
sobre a sua atuação é que o Porto viveu momentos gloriosos de puro rock’n’roll,
que permanecerão eternamente na memória de todos os que estiveram presentes no
bar de Campanhã. Os Bite The Bullet são um quarteto que pratica rock’n’roll
dentro de uma vertente hard-blues, mas porque fazem
fusão de outros subgéneros, encontram-se na sua música muitos momentos que
tanto nos remetem para os The Stooges ou os Led Zeppelin, passando por muita da
herança do rock inglês e norte-americano dos 70 e terminando em campos musicais
que são surpreendentes, pois inesperados (até identifiquei Roxy Music algures
no seu som, vejam lá). Os Bite The Bullet são uma máquina de fazer música,
muito bem oleada e perfeita ao vivo, em registo fuzz-pop-psicadélico, e com
verdadeiras canções, com uma capacidade invulgar de interagir com o público e
de entrega completa em concerto. Conseguiram sentar literalmente todo o público
presente no chão, numa postura rara de se ver (só me recordo de algo
semelhante, e há mais de duas décadas, o Buddy Guy ter chegado a algo
semelhante no Coliseu do Porto, em situação algo distinta… mas o Buddy Guy era
um bluesman, que diabo). A discografia do coletivo é de grande qualidade,
dentro do seu género, tendo já um categórico apuro criativo para a realização
de alguns temas bastante fortes (vulgo hits), como é o caso de My Soul ou Home).
Uma grande voz, excelentes coros e todo um instrumental certeiro e de muito bom gosto, dentro do seu estilo, fazem desta banda de Copenhaga, uma das ideais para se usufruir de excelente rock numa qualquer noite desta vida. Foi isso que aconteceu. Os Bite the Bullet - que estão atualmente em tour europeia - deram um dos melhores concertos a que tenho vindo a assistir no Woodstock 69. Já estão nesse meu top 5.
Bite The Bullet © Guilherme Lucas