Sunday, 30 September 2018

FullSteam & Bite The Bullet, Woodstock 69, Porto, 27.09.2018.


FullSteam © Guilherme Lucas 


words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro ); photos: Guilherme Lucas

Matosinhos’ FullSteam started Thursday night at Woodstock 69. Their sound is within heavy rock, mostly through sub-genres like hard rock and blues-rock. The group gave a decent show, despite the collective’s project exhibition some amateurism. If it is undisguisadble they already posess a sound and a genre in which they fit very well. Live, is it undeniable that they’re still a band with lots to improve. What struck me as obvious at once during their performance, is that they are a two-speed quartet: there is a good guitarrist with interesting details through the themes and a charismatic singer who is almost on point,if he leaves behind certain stylistic formatting in his singing.

On the other hand, they have a rhythm section has a lot to improve, especially the somewhat confusing and not very assertive drums. FullSteam are, for the time being, a band showing rock clichés, not all of them yet well achieved and executed, but they demonstrate potential to be able to aim at something bigger within their style. But for that, they must definitely abandon some of their amateur posture, technically sharpening their repertoire and playing more clearly.

It was the third time in three years in a row that Danes Bite The Bullet performed at Woodstock 69. It was the first time I saw them live and the only thing I can say about their performance is that the Porto lived glorious moments of pure rock'n'roll, that will remain forever in the memory of all who were present at Campanhã’s bar. Bite The Bullet are a quartet that practices rock'n'roll within a hard-blues strand, but because they merge other subgenres, their music has many moments that either refer us to The Stooges or Led Zeppelin, through much of the of English and American rock heritage from the 70s and ending up in musical fields that are surprising because they are unexpected (I have even identified Roxy Music somewhere in their sound).

Live, Bite The Bullet are a very well-oiled and perfect music machine in a fuzz-pop-psychedelic registry, with real songs, with an unusual ability to interact with the audience and completely deliver in concert. They managed to literally sit down on the floor, in a rare posture (I can only remember something similar, from over two decades Buddy Guy come to something similar in Porto’s Coliseu, in a somewhat different situation ... Buddy Guy was a blues-man, what the hell). The discography of the collective is of great quality, within its genre, already having categorical a sharpened creativity to perform some very strong themes (read hits) such as My Soul or Home.

A great voice, excellent backing vocals, precise instruments of very good taste within their style, make this Copenhagen band one ideal to enjoy excellent rock on any night of our life. That was what happened. Bite the Bullet - who are currently touring Europe - gave one of the best concerts I have seen at Woodstock 69. They are already in my top 5.



Bite The Bullet © Guilherme Lucas




Bite The Bullet © Guilherme Lucas



texto e fotos: Guilherme Lucas

Os FullSteam, banda de Matosinhos, iniciaram a noite de quinta-feira no Woodstock 69. O seu som está dentro do rock pesado, essencialmente por via de subgéneros como o hard-rock e o blues-rock. O grupo ofereceu um espetáculo decente, pese a demonstração ainda de algum amadorismo no projeto do coletivo. Se é indesmentível que já tem um som e um género em que se enquadram muito bem, é notório ao vivo que são ainda uma banda com muitos aspetos para melhorar. O que me pareceu desde logo óbvio, durante toda a sua atuação, é que são um quarteto a duas velocidades: tem um bom guitarrista, com pormenores interessantes ao longo dos temas, e um vocalista carismático, que está quase no ponto, se deixar para trás alguma formatação estilística na forma como canta. Por outro lado possuem uma secção rítmica que tem ainda muito espaço para ser melhor trabalhada, principalmente a parte da bateria, que se mostrou algo confusa e pouco assertiva. Os FullSteam são, por enquanto, uma banda de exercício de clichés rock, nem todos eles ainda bem conseguidos e executados, mas que demonstram potencial para conseguir ambicionar algo maior dentro do seu estilo. Mas para isso, tem de abandonar definitivamente alguma da postura amadora, apurando tecnicamente o seu repertório e atuando com mais esclarecimento

É já a terceira vez que os dinamarqueses Bite The Bullet se apresentam ao vivo no Woodstock 69, em três anos seguidos. Foi a primeira vez que os vi ao vivo e a única coisa que posso dizer sobre a sua atuação é que o Porto viveu momentos gloriosos de puro rock’n’roll, que permanecerão eternamente na memória de todos os que estiveram presentes no bar de Campanhã. Os Bite The Bullet são um quarteto que pratica rock’n’roll dentro de uma vertente hard-blues, mas porque fazem fusão de outros subgéneros, encontram-se na sua música muitos momentos que tanto nos remetem para os The Stooges ou os Led Zeppelin, passando por muita da herança do rock inglês e norte-americano dos 70 e terminando em campos musicais que são surpreendentes, pois inesperados (até identifiquei Roxy Music algures no seu som, vejam lá). Os Bite The Bullet são uma máquina de fazer música, muito bem oleada e perfeita ao vivo, em registo fuzz-pop-psicadélico, e com verdadeiras canções, com uma capacidade invulgar de interagir com o público e de entrega completa em concerto. Conseguiram sentar literalmente todo o público presente no chão, numa postura rara de se ver (só me recordo de algo semelhante, e há mais de duas décadas, o Buddy Guy ter chegado a algo semelhante no Coliseu do Porto, em situação algo distinta… mas o Buddy Guy era um bluesman, que diabo). A discografia do coletivo é de grande qualidade, dentro do seu género, tendo já um categórico apuro criativo para a realização de alguns temas bastante fortes (vulgo hits), como é o caso de My Soul ou Home).

Uma grande voz, excelentes coros e todo um instrumental certeiro e de muito bom gosto, dentro do seu estilo, fazem desta banda de Copenhaga, uma das ideais para se usufruir de excelente rock numa qualquer noite desta vida. Foi isso que aconteceu. Os Bite the Bullet - que estão atualmente em tour europeia - deram um dos melhores concertos a que tenho vindo a assistir no Woodstock 69. Já estão nesse meu top 5. 
  
 
Bite The Bullet © Guilherme Lucas




Bite The Bullet © Guilherme Lucas




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