Friday, 28 December 2018
Ghost Hunt, Café-Casa da Música, Porto, 26.12.2018
words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos Guilherme Lucas
Coimbra’s duo Ghost Hunt played last Wednesday at Café Casa da Música, Porto. The electronic music group are Pedro Oliveira keyboards and programming) and Pedro Chau (bass, vocals - already well-known within the Portuguese music scene for his career between no longer existing Tédio Boys and 77, currently in The Parkinsons and Subway Riders).
The most relevant thing to say about Ghost Hunt’s concert is that they are a serious band, very professional in the way they play music. They’re very good within their genre. Live, they so it all in a very cohesive and enlightened way. There is a well-thought-out and fluid project, straightforward, where themes roll in a logical and natural fashion, providing a show without less interesting or dead moments for those who see them live. I want to believe that in a one hour show they managed to large the audience that attended the concert – Café Casa da Música’s ample space was nearly full. The applause at the end of each theme proved such delight.
Broadly speaking Ghost Hunt play fresh, current electronic music, but there is an aspect or a way of playing it that derives from a past rock'n'roll culture. Perhaps it is that factor that makes it so organic and "human”. But it is not just that detail that helps such perception. The duo manages to make a very clever mix of stylistic genres ranging from krautrock to space-rock, to synth-pop-rock to darkwave, new-wave and post-punk. In Ghost Hunt’s music can be heard sonorities suggested by Kraftwerk or Tangerine Dream, but also Gary Numan, Orchestral Maneuvers in the Dark or New Order, the list being very long and diverse, as it results from a mixture of decades - and different bands and artists - that contribute as references to duo ‘s sound. This to also mention that is in their music, which is essentially very melodic and captivatingly pop with some experimentation, although very objective, punctual and short length. I will say the group’s themes share a great intimate ambient beauty, mixed with blinding sidereal explosions, with vertiginous psychedelic speeds through space, at times cold and mechanical, at times hot and melodically grandiose. There is a dark and obscure side to their themes as well as melancholic beauty that elevates towards something hopeful and liberating.
As a conclusion I will say that Ghost Hunt are a very interesting band quite of being carefully
listened to. This project ennobles the current Portuguese music scene. They are one of those bands that make us proud, regardless of our liking or disliking of electronic music and so.
texto e fotos: Guilherme Lucas
O duo coimbrense Ghost Hunt atuou, na passada quarta-feira, no espaço do Café Casa da Música, no Porto. Este grupo de música eletrónica é composto por Pedro Oliveira, na parte dos teclados e programações, e Pedro Chau no baixo e vocalizações (este último já é por demais conhecido dentro do panorama musical nacional, devido à sua carreira musical, repartida entre os extintos Tédio Boys e 77 e presentemente nos The Parkinsons e nos Subway Riders).
O que há a dizer de mais relevante deste seu concerto é que os Ghost Hunt são uma banda feita, séria, muito profissional na entrega à interpretação da sua música, sendo muito bons dentro da sua tipologia musical. Demonstraram precisamente tudo isto ao vivo, de uma forma muito coesa e esclarecida. Há um projeto muito bem pensado e fluído, sem espinhas, onde os seus temas sucedem-se de forma lógica e natural, proporcionando um espetáculo sem pontos mortos, ou menos interessantes, para quem assiste a um seu concerto. Em uma hora de espetáculo conseguiram, quero crer, cativar todo o numeroso público que afluiu ao concerto, e que encheu praticamente o amplo espaço do Café Casa da Música. As muitas palmas, nos finais de cada tema, eram prova desse agrado.
Os Ghost Hunt fazem genericamente música eletrónica, fresca e atual, dos nossos dias, mas há uma vertente, ou uma forma de a interpretar que deriva de toda uma cultura rock’n’roll que está no passado. É talvez esse fator que a faz ser tão orgânica e “humana”. Mas não é só esse pormenor que concorre para essa perceção. O duo consegue fazer uma muito acertada e despudorada mistura de géneros estilísticos que vão desde o krautrock ao space-rock, ao synth-pop-rock, à darkwave, new-wave e post-punk. Ouvimos na música dos Ghost Hunt sonoridades que nos sugerem os Kraftwerk ou os Tangerine Dream, mas também Gary Numan, Orchestral Manoeuvres in the Dark ou New Order sendo que a lista é muito extensa e diversa, pois resulta de uma mistura de décadas - e de diferentes bandas e artistas - que contribuem como referências para o som deste duo. Isto para referir também que se encontra na sua música, que essencialmente é muito melódica e cativantemente pop, alguma experimentação, embora de forma muito objetiva, pontual e de curta duração. Direi que os temas do grupo comungam de uma enorme beleza ambiental, intimista, misturada com fulminantes explosões siderais, de velocidades psicadélicas vertiginosas pelo Espaço, ora gélidas e maquinais, ora quentes e melodicamente grandiosas. Há um lado negro e obscuro nos seus temas mas também uma beleza melancólica que nos eleva para algo esperançoso e libertador.
Direi, em jeito de conclusão, que estes Ghost Hunt são uma banda deveras interessante e muito merecedores de uma escuta atenta. Engrandecem, com este seu projeto, o atual panorama musical nacional. De tal forma, que são daquelas que nos dão orgulho, mesmo que se goste, ou não, de música eletrónica e afins.
essante e muito merecedores de uma escuta atenta. Engrandecem, com este seu projeto, o atual panorama musical nacional. De tal forma, que são daquelas que nos dão orgulho, mesmo que se goste, ou não, de música eletrónica e afins.
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