words: Guilherme Lucas
(freely translated by Raquel Pinheiro); still: Guilherme Lucas
Last Saturday night, the second of three artist-in-residence
(the last one will be in April) of
the recording process of Black
Bombaim’s upcoming album took place at Palácio dos Correios do Porto. The band, I presume, intending to
revitalize their sound and also its career, chose, this time, to invite artists
from different musical areas, so that, together, the trio’s sound would be
extended to other sound latitudes. If that is so, I think that is a very intelligent
attitude and is part of the natural development of any band, especially when
the status and notoriety is achieved, as in the case of Black Bombaim.
In this second artist-in-residence
the guest was Luís Fernandes, connected to electroacoustic music. The event
took place in the 7th floor, a wide space apparently under construction or in
need of an intervention but that revealed itself as a curious and very unlikely
pleasant place for this artist in residence. With free admission to 80 people,
all seated in two rows of circular chairs, so that the musicians took all the
centre area, I couldn’t refrain from doing an association with clinical methods
of group psychotherapy, with the obvious intention of letting each viewer
fixate its gaze and attention, or let it wonder into fixed points or a number
of the staged set. As far as I am
concerned, it turned out to be an excellent idea; quite effective. Luís
Fernandes opened the artist in residence, playing alone for about fifteen
minutes.
His musical universe is
electronic music of psychedelic and atmospheric character, of erratic wandering
and ambient noise, of electronic modulation in the moment, between drone and
what seems to be improvisation. There were very interesting moments, where the
sound textures created and organized by the musician criss-crossing with more adjustment
and impact. It was on this context that Black Bombaim entered the staged set,
to start their demolishing performance. The performance didn’t last more than
seven, eight minutes and where it was possible for me, to perceive parts of a
great interconnection between the four musicians, and other moments in which I
was not able at all to conclude about said interconnection.
I say it because, when
Black Bombaim finished their “first” theme …the artist-in-residence was over.
It was more than obvious most of the audience was left astounded by it,
requesting timidly one more theme, but to no avail. The performance didn’t last
more than 20-25 minutes, but considering Black Bombaim’s performance when it
was starting to “heat”, it most likely didn’t reach ten minutes.
To me, it was too short
a rehearsal to be able to draw conclusions of what I have been listening to, I
will reserve for myself, and for latter, a more solid opinion about the band’s upcoming
album as well as the video documentary about the three artist-in-residence.
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texto e still: Guilherme Lucas
No passado sábado à noite, consumou-se no Palácio dos Correios do Porto, a segunda residência de três (a última será em Abril), do processo de gravação do próximo álbum dos Black Bombaim. A banda, presumo com a intenção de revitalizar o seu som e também a sua carreira, optou desta vez por convidar artistas de áreas musicais diversas, para em conjunto, estender para outras latitudes sonoras o som do trio. A ser isto, acho que essa é uma atitude muito inteligente e que faz parte da evolução natural de qualquer banda, principalmente quando se atinge um estatuto de notoriedade, como é o caso dos Black Bombaim.
Nesta segunda residência o músico convidado foi Luís Fernandes, ligado à música eletroacústica. O evento realizou-se no sétimo andar, num amplo espaço aparentemente em obras ou a necessitar de intervenção, mas que se revelou um curioso e muito agradável local improvável para a realização desta residência. Com entrada livre a 80 pessoas, todas elas sentadas em duas filas de cadeiras em disposição circular, de forma a que os músicos ocupassem toda a área central, não consegui deixar de fazer uma associação a métodos clínicos de psicoterapia de grupo, com a evidente intenção de deixar cada espetador fixar ou deixar vaguear o seu olhar e atenção em pontos fixos ou diversos do cenário montado.
Quanto a mim, revelou-se uma excelente ideia; bem eficaz. Luís Fernandes deu início a esta residência, atuando sozinho durante perto de quinze minutos. O seu universo musical é a música eletrónica de pendor psicadélico e atmosférico, de divagação errática e de ruído ambiental, de modulação eletrónica no momento, entre o drone e o que aparenta ser improviso. Houve momentos bem interessantes, onde as texturas sonoras que o músico ia criando e organizando se entrecruzavam com mais acerto e impacto. É neste contexto que os Black Bombaim entram no cenário montado, para dar início a uma prestação demolidora. Foi uma atuação que não demorou mais do que sete, oito minutos e onde me foi possível percecionar partes de uma grande interligação entre os quatro músicos, e outros momentos em que não consegui concluir de todo quanto a essa mesma total interligação.
E digo isto, pois quando os Black Bombaim acabaram de tocar o “primeiro” tema… a residência tinha terminado. Era mais do que evidente que a maioria do público ficara atónito com o facto, havendo tentativas tímidas de pedidos de mais um tema, mas em vão. A atuação não demorou mais de 20-25 minutos, mas considerando a prestação dos Black Bombaim, quando a coisa estava a “aquecer”, esta não deve ter chegado aos dez minutos. Para mim foi um ensaio demasiado curto para conseguir tirar conclusões sobre o que me foi dado ouvir, por isso reservarei para mim, e para mais tarde, uma opinião mais sólida sobre o próximo álbum da banda e também do documentário em vídeo, onde estas três residências serão o mote do mesmo.
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