words: Guilherme
Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos: Guilherme Lucas.
Porto’s young
musician Joao. (just like that) was The Saxophones opening act, described by
the promoter as a "promising musician". This was his first concert
and João told the audience in advance to forgive him any possible mistake
during his performance, since nervousness prevailed, which is understandable
and an acceptable reason.
And can be
said of relevance about João.’s performance? I will start by talking about his
repertoire. Not knowing his work beforehand, but had previously listening to
three songs on the musician’s YouTube channel, the brief sample left me with
the clear conviction that he is someone who is still looking for his sound; the
three songs represent different strands of his tastes and influences, and listened
briefly they do not seem to have a definite stylistic connection that allows to
typecast his sound. Definitely pop with overhaul lounge music. The songs also
show some mistakes (vocal and instrumental) and less well achieved compositional
moments, but also it is perceived that if debugged they can prove themselves.
In such
regard the great surprise was that, live, the musician revealed very simple and
directly, another dimension of his creative possibilities. He played only with
an acoustic guitar and, at times, with an electric guitar, aided minimal percussion
and a drums rhythms (but very well executed) by an even younger friend, of whom
I was not able to catch the name (in decades of live concerts I think it is the
first time I remember seeing a drummer so young. I do not even risk guessing
his age. Somewhere around pre-adolescence) and this formula was completely
correct because it made it possible to highlight and impose his good voice, accompanied
by the guitar. What seemed to me too "wrapped" and complicated by the
production options of his three Youtube songs had been eliminated and I was
definitely witnessing João. in a completely different very good quality registry.
João. has in
his English songs his greatest asset; they work very well, his voice is
captivating and has substance to launch the musician into a career. In the
middle there was a song in Portuguese, in a way of singing that stylistically dates
back to Portuguese 80's rock, which allowed to understand that from such side
nothing interesting or magical will come from, that is without any interest (to
me, of course).
In conclusion,
I'll say it was a good concert debut concert. João. and his drummer friend did
well on stage; there were good musical moments, and they especially pleased me
with the simple and sincere formula they presented themselves on stage and there
is definitely something
there that better worked out can take this young musician to other levels.
Promising João.
did nicely fulfilling with poise the difficult task of being The Saxophones’s opening
act. The many applause from the audience at the end his performance validate my
words
texto e fotos:
Guilherme Lucas
Abriu a noite
para os The Saxophones, o jovem músico portuense Joao. (é assim mesmo, só João
com um ponto), descrito pela organizadora do evento como um "músico
promissor". Foi o seu primeiro concerto e João esclareceu antecipadamente
a audiência que esta desculpasse qualquer eventual erro durante a sua atuação,
já que o nervosismo imperava, o que é motivo atendível e compreensível.
E o que é que
este João. tem de relevante para ser comentado a nível da sua atuação? Começo
por falar do seu repertório. Desconhecendo, de todo, o seu trabalho antes deste
concerto, mas escutando previamente três canções que o músico tem no seu canal
do Youtube, fiquei, por essa breve amostra, com a clara convicção de que é
alguém que ainda anda à procura do seu som; as três canções representam, cada
uma delas, vertentes diferentes dos seus gostos e influências, e ouvidas de
relance não tem aparentemente uma ligação estilística definida para se poder
catalogar o seu som. É, isso sim, definitivamente pop, com travos de lounge
music no geral. As mesmas evidenciam também ainda alguns desacertos (de voz e
instrumentais) e momentos composicionais menos bem conseguidos, mas também se
percebe que há ali qualquer coisa que pode vir a dar cartas, se depurado.
Nesse sentido
a grande surpresa foi que, ao vivo, o músico revelou, de forma muito simples e
direta, uma outra dimensão das suas possibilidades criativas. Tocou apenas com
uma guitarra acústica e outras vezes com a guitarra elétrica, auxiliado nas
percussões e numa bateria de ritmos minimais (mas muito bem executados) por um
outro seu (ainda muito mais jovem) amigo, do qual não consegui fixar o nome
(acho que deve ter sido, em décadas de concertos ao vivo a que assisto, a
primeira vez que me lembro de ver um baterista tão jovem que nem arrisco em
adivinhar a sua idade, mas que estará algures entre a pré-adolescência, por
aí), e essa fórmula foi completamente acertada, pois possibilitou destacar e
impor a sua boa voz, acompanhada à guitarra. Aquilo que me pareceu demasiado
“embrulhado” e complicado pelas opções de produção das suas três músicas do
Youtube, haviam sido eliminadas e estava definitivamente a presenciar um João.
num registo completamente distinto e de muito boa qualidade.
João. tem nas
suas canções em inglês o seu maior trunfo; funcionam muito bem, a sua voz é
cativante, e tem substância para levar o músico para uma carreira. Houve lá no
meio uma cantada em português, que serviu para perceber também que por aquele
lado nada de interessante, ou mágico, vai conseguir obter, numa forma de cantar
que remete estilisticamente para o rock português dos anos 80, ou seja, sem
qualquer interesse (para mim, claro).
Para
finalizar, direi que foi um bom concerto para uma estreia. João. e o seu amigo
baterista, estiveram ambos muito bem em palco; houve bons momentos de música,
agradou-me especialmente a fórmula simples e sincera como se apresentaram em
palco e definitivamente há ali qualquer coisa que mais bem trabalhada, pode
levar este jovem músico para outros patamares.
O promissor
João. cumpriu muito agradavelmente, e com acerto, a difícil tarefa de abrir
para os The Saxophones. As muitas palmas do público, no final da sua atuação,
validam as minhas palavras.
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