© Guilherme Lucas
words: Guilherme Lucas
(freely translated by Raquel Pinheiro); photos Guilherme Lucas
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Last Thursday, TWIN GUNS, an American band from Brooklyn, New York, were the group chosen to open the new concert season at La Iguana Club, a rock club in Vigo, Spain. Their beginning dates back to 2010. At first they were a duo (maybe that is the reason for the group's name), formed by guitarist and vocalist Andrea Sicco and drummer "Jungle" Jim Chandler, the latter famous for having also had been a drummer of the legendary The Cramps in 2003-2204, since becoming an asset for promoting Twin Guns to audiences with a taste for the same kind of sound. In 2014, with the arrival of bassist Kristin Fayne-Mulroy they become a trio, an equation that continues to this day.
Carefully listening to their discography currently up to four albums, one quickly realizes that they’re a quality band of subtleties that often surprises, perhaps because of their remarkable ability and creativity to fuse diverse music genres, and turn them into something of their own. There is a story of combustible American garage rock in them, that is constantly crisscrossed in its compositions by various genres: from rock'n'roll to surf music, country, blues, punk, psychobilly, trash, psychedelic, etc., performed in a noir and cinematic way. They have a gothic and dark aesthetic ambience, which is quite obvious in nearly all their themes, within a sunglasses after dark tone, which the three elements embody blamelessly during the whole performance. Among other details of dark inclination within the themes of rock'n'roll suicide their performance and sound send us completely into B-series films, western-spaghettis, crime in the city and dark alleys,. The good "ghosts" of The Gun Club, The Cramps, Iggy And The Stooges, Link Wray, Johnny Cash, and even Suicide (band) haunt a large part of their repertoire, but it is wrong to think they are just another band of great wannabes: on their own way they are building their own path and there is merit in that, as it is in their variety of styles, and in the way they play them that their worthiness resides. I really enjoyed Twin Guns’ concert that oscillated between a good and very good performance, also a result of the different intensities of each of the performed themes.
Andrea Sicco (also a
member of the noise-rock band, Art Gray Noizz Quintet), is a very competent and
focused guitarist-vocalist, managing to cover several styles, both when it
comes to singing and guitar work, being exquisite in both aspects. Quite
particularly, too, because a guitarist who happens upon the fortune of choosing
to use a white Fender Jaguar as his favorite guitar, coupled with a Fender Twin
Reverb, and have Reuss RSH-03 as one of his effects pedals, is,without a doubt,
a tasteful, cultured musician, and artists of such class are very much needed,
at least as far as I am concerned. Those who don't understand what I'm talking
about, do your research, he only clue I provide is: Melbourne. Between mourning
and pure chaotic savagery Twin Guns, played two encores requested by the
audience, which of course was euphoric with a great performance. The three of
them volunteered until one of the guitar strings broke during a devastating
solo in Jack The Ripper, a Link Wray cover. It was the right cue to end the
show.
Interestingly, I realized that little by little, and having seen The Cramps live in 2006 at Vodafone Paredes de Coura Festival, I will have been able to see other former The Cramps in different contexts; a year ago it was Fur Dixon at Barracuda - Roque Club, this time Jim Chandler… so, bring on the next living “crampesque” legend because i tis always guaranteed to be a good thing.
In short, I spend a very
pleasant Thursday night with these New Yorkers in the land of nuestros hermanos. Next
time you come to Europe next time I hope you’ll play in Portugal.
© Guilherme Lucas |
texto e fotos: Guilherme
Lucas
Fiesta comienzo de temporada: Twin
Guns (ex-The Cramps) -
Os TWIN GUNS, banda norte-americana de Brooklyn, New York,
foram o grupo escolhido para abrir a nova temporada de concertos, na última
quinta-feira, no clube de rock de Vigo, Espanha, o La Iguana Club. O seu início de atividade remonta a 2010 e
eram inicialmente um duo (eventualmente sendo esta particularidade a razão para
o nome do grupo), formado pelo guitarrista e vocalista Andrea
Sicco e o
baterista “Jungle” Jim
Chandler, este
último famoso por ter sido também baterista dos lendários The Cramps entre
2003-2004, e que tem servido desde aí como uma mais-valia na divulgação dos
Twin Guns para públicos com gostos pelos mesmos tipos de sonoridades. Em 2014,
passam a ser um trio, com a entrada da baixista Kristin Fayne-Mulroy, equação que se mantêm até ao presente.
Escutando atentamente a sua discografia, que conta já com quatro álbuns, rapidamente percebemos que é banda de qualidade e de subtilezas que em muitos momentos surpreendem, talvez pela notável capacidade e criatividade de fundir géneros musicais distintos, e de os transformar em algo próprio. Há neles uma história de garage rock americano em combustão, que é constantemente entre cruzada estilisticamente nas suas composições por diversos géneros musicais: desde o rock’n’roll, passando pela surf music, country, blues, punk, psychobilly, trash, psicadélico, etc, executados de uma forma noir e cinematográfica. Possuem uma ambiência estética gótica e dark, que é muito evidente em quase todos os seus temas, dentro de um registo sunglasses after dark, que os três elementos personificam irrepreensivelmente em toda a sua atuação. A sua performance e sonoridade remete-nos completamente para filmes de série-B, western-spaghettis, crime na cidade e becos escuros, entre outras minudências de pendor obscuro dentro das temáticas do rock’n’roll suicide. Os bons “fantasmas” de uns The Gun Club, The Cramps, Iggy And The Stooges, Link Wray, Johnny Cash, e até mesmo Suicide (band), assombram muito do seu repertório, mas desengane-se quem pensar que são mais uma banda de wannabes dos grandes: à sua maneira estão a construir o seu próprio percurso e tem mérito nisso, pois, é na sua variedade de estilos, e na forma como os interpretam, que reside o seu gabarito.
Gostei bastante do concerto destes Twin Guns, resvalando entre o bom e o muito bom na sua atuação, fruto também das diferentes intensidades de cada um dos temas executados.
Andrea Sicco (que também
é membro da banda noise-rock, Art Gray Noizz Quintet), é um guitarrista-vocalista muito competente
e focado, conseguindo abranger vários registos, tanto ao nível de canto como do
seu trabalho de guitarra, sendo primoroso nos dois aspetos. Muito
particularmente, também, porque um guitarrista que pode ter a fortuna de
escolher usar uma Fender Jaguar branca como a sua guitarra de eleição, ligada a
um Fender Twin Reverb, e ter como um dos seus pedais de efeitos o Reuss RSH-03,
naturalmente é um músico culto e com muito bom gosto, e artistas com esta
classe são muito necessários, pelo menos para mim. Quem não perceber o que
estou a comentar, que investigue, e a única pista que dou é: Melbourne. Entre o
dolente e a mais pura selvajaria caótica, os Twin Guns, fizeram dois encores a
pedido do público, que naturalmente estava eufórico com uma grande prestação. E
assim se prontificaram os três, até que uma das cordas da guitarra se partiu
durante um solo devastador à la Link Wray, na versão do mesmo, Jack The Ripper.
Foi o mote certo para dar por finalizado o espetáculo.
Em jeito de curiosidade, constatei, de que a pouco e pouco, e depois de ter visto os The Cramps ao vivo em 2006, no Festival Vodafone Paredes de Coura, vou conseguindo ver outros ex-The Cramps noutros contextos; há um ano foi a Fur Dixon no Barracuda - Clube de Roque, desta vez o Jim Chandler… por isso, que venha a próxima lenda viva “crampesca”, é sempre garantidamente coisa boa.
Finalizando: foi uma muito agradável noite de quinta-feira, aquela que passei com estes nova-iorquinos, em terras de nuestros hermanos. Quando regressarem à Europa da próxima vez, espero que atuem em Portugal.
© Guilherme Lucas |
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