Okandi © Telma Mota |
words: Neno Costa (freely translated by Raquel Pinheiro); photos: Telma Mota
The third Post Punk Strikes Back Again, promoted by At The Rollercoaster was held at Hard Club with opening honours by the Dutch duo Bragolin that my late arrival did not allowed me to listen to. Perhaps as consolation the ears were graced with Tobias O'Kandi - Okandi's gig - warming the air with his baritone tone, well-built melodies supported by samplers entwined with riffs and beats, and a seductive poetry giving us back, three years after O.Children, a portentous reborn author for a path that will be well worth to continue to follow. More would have been nice.
South Londoners Nerves struck with a frenzy swaying between provocative intensity and a promising melodic construction, torn by flashes of energy and a contagious viscerality. Despite their short existence - just over one year - this south London quartet heralds to refresh post-punk armpits. Our Nerves will be wrecked while waiting for upcoming apparitions.
English band Ist Ist opened Post Punk Strikes Back second act to a room, once more, filled with expectations. The Manchester natives cast a more a somber atmosphere, highlighted by Adam Houghton's deep voice, with enveloping melodic bass lines and elegiac guitars in a sauce of binding repercussion, not lacking an electronic contribution perhaps suggesting future developments. With a catchy concert, though somewhat canonical, Ist It did not disappoint their audience.
Hotel Lux come from south London and took the stage with irony-filled lyrics and apparent inconsequence, nothing could be further from the truth. Named after a hotel in Moscow where many mistakenly thought themselves safe from Stalinist purges, the quintet offered us "pub-rock" that transfigures dramas into something between comedy and ironic dripping clothed in declamation over the (un)significant life occurrences. We want you back!
A post-rock gothic veil echoed with Brighton's Esben and the Witch (EATW) a trio on an ethereal path of a devilish bass in electrifying dialogue with Thomas Fisher's guitar and Daniel Copeman's percussion. EATW did not disappoint those who waited for them, offering a place where shadows are evocations of light and redemption; Dramaless.
The audience, between 30 and 50 years old and wearing the most discrete types of irreverence flowed into the rainy night without disappointment on their faces. Iron and glass, strength and fragility dressed the iconic Ferreira Borges market. We wish a long life to sound breathing that has been inflating this elegant metallic skeleton with the flesh of the best sounds. There will be more next year.
Nerves © Telma Mota |
Ist Ist © Telma Mota |
texto: Neno Costa; fotos: Telma Mota
Promovida pela At The Rollercoaster, o Hard Club recebeu a terceira edição do Post Punk
Strikes Back Again, com honras de abertura para o duo holandês Bragolin que o meu atraso
não permitiu escutar. Talvez em jeito de consolação os ouvidos foram agraciados com a
atuação em curso de um enorme Tobias O’Kandi – Okandi - a aquecer o ar com seu timbre de
barítono, melodias bem construídas apoiadas em samplers entrançados com riffs e beats e uma
poética sedutora a devolverem-nos, três anos após a passagem dos O.Children, um portentoso
autor renascido para um percurso que valerá bem a pena continuar a acompanhar. Soube a
pouco.
Oriundos do sul de Londres, os Nerves acometeram com um frenesim balançando entre a
intensidade provocadora e uma construção melódica promissora, rasgada por clarões de
energia e uma visceralidade contagiante. Apesar da sua curta existência – pouco mais de um
ano –, este quarteto do sul de Londres augura refrescar as axilas do post-punk. Fica-se com os
Nerves à flor da pele, à espera das próximas aparições.
Os ingleses Ist Ist abriram o segundo acto do Post Punk Strikes Back para uma sala cheia de
expectativas, Again. Oriundos de Manchester, projetaram uma atmosfera sonora mais
sombria, marcada pela voz profunda de Adam Houghton, com uma linha de baixo melódico
envolvente e guitarras elegíacas em molho de repercussão aglutinante, não faltando a
contribuição eletrónica sugerindo, quiçá, outros desenvolvimentos no futuro. Concerto
cativante, embora algo canónico, os Ist It não desapontaram o seu público.
Vindos do sul de Londres, os Hotel Lux tomaram o palco com letras recheadas de ironia e
aparente inconsequência, nada mais falso. Com o seu nome retirado de um hotel em Moscovo
onde, erradamente, muitos se julgaram a salvo das purgas estalinistas, o quinteto presenteou-
nos com um “pub rock” transfigurador de dramas em qualquer coisa entre a comédia e o
pingar irónico com roupagem declamativa sobre as ocorrências (in)significantes da vida.
Voltem!
Um véu post-rock gótico ecoou com o trio de Brighton Esben and the Witch, num percurso
etéreo com momentos de gravidade espessa guiado pela voz angelical de Rachel Davies,
senhora de um baixo por vezes diabólico, em diálogo eletrificante com a guitarra de Thomas
Fisher e a percussão de Daniel Copeman. Os EATW não desiludiram quem os esperou,
oferecendo um lugar onde as sombras são evocações de luz e redenção; sem dramas.
O público, pendendo entre os 30 e os 50 anos e trajando os mais diversos modos de discreta
irreverência, escoou para a chuva noturna sem desilusão nos rostos. Ferro e vidro, força e
fragilidade vestem o icónico mercado Ferreira Borges. Deseja-se vida longa à respiração sonora
que tem insuflado este elegante esqueleto metálico com a carne das melhores sonoridades.
Para o ano há mais.
Hotel Lux © Telma Mota |
Esben and the Witch © Telma Mota |
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