© Telma Mota |
words: Marcos Leal (freely translated by Raquel Pinheiro); photos: Telma Mota
“Come closer and behave as Punk as possible" said Alexander Cheparukhin at Casa da Música, in Porto, as producer of Pussy Riot’s show, giving voice to the collective, somewhat disconcerted by the placement of people in the room. The introductory message explained the activist nature of what followed, a musical performance "as punk as possible" that included the quirky history of a band riddled with mishaps with the Russian authorities.
After introducing the 4 members of the Russian band, who performed in Portugal (of the approximately 12 that currently making up the collective), the performance began accompanied by videos duly subtitled in Portuguese that would lead the audience through various episodes of repression, also reported in the Riot Days book that names the European tour.
Diana Burkot in her beautiful white figure, accompanied by a small drum kit and minimal electronics pre-cooked on very low heat started the show and led the manifesto in a raw and rhythmic tone that so much characterizes the band. Next to the new member Anton Ponomarev lends his voice and saxophone to the feminist collective and adds a jazzy tone that so well makes up the music scene; at times there is screaming, sometimes it rocks, inviting to the endless struggle for freedom and democracy. Finally, Olga Borisova, the editor of the book, and Maria 'Masha' Alekhina, arrested several times and founding leader of the band, explode in an assertive register and discuss the lyrics of the manifesto that reflects their strong displeasure with Putin’s regime and their unconditional support to Ukraine, in this case with a direct contribution to the construction of a children's hospital in Kiev.
Stories of repression, harassment and restriction of freedom of expression follow one after another on the screen, and consequently the band's attitude, in a crescendo of indignation, hardens their attitude until they start wearing the famous balaclavas, followed by a walk in front of the audience peaking in an awakening of consciences by repeatedly and ostensibly throwing water to the public, saying "We fight and you? Freedom doesn't exist unless we fight for it every day".
Between the well-articulated music, the punk attitude and the unavoidable message of intervention for a free and fair Russia, Pussy Riot fulfilled their objective of putting on a good show and, at the same time, conveying their message of unrest.
The audience enthusiastically followed along with clapping and dancing. A small mosh at the end stirred up the waters in the magnificent Sala Suggia of Casa da Música, which is not at all the most appropriate for these unbridled heats, but that adapted beautifully to the provocation. And the evening passed in the company of the always rebellious and nonconformist Pussy Riot.
© Telma Mota |
texto: Marcos Leal; fotos: Telma Mota
“Come closer and behave as Punk as possible", disse Alexander Cheparukhin na Casa da Música do Porto, na qualidade de produtor do espetáculo das Pussy Riot , dando voz ao coletivo algo desconcertado com a distribuição de pessoas na sala.
A mensagem introdutória explicou a natureza ativista do que se seguiu, uma performance musical "tão punk quanto possível" que incluiu a história peculiar de uma banda repleta de percalços com a autoridade russa.
Após apresentar os 4 membros da banda russa que atuaram em Portugal (dos cerca de 12 que compõem atualmente o coletivo) deu-se início a uma atuação, acompanhada de vídeos devidamente legendados em português que conduziriam o público pelos diversos episódios de repressão, relatados também no livro Riot Days que dá nome à tour Europeia.
Acompanhada de uma pequena bateria e de uma eletrónica minimal pré-cozinhada em lume nada brando, Diana Burkot na sua bela figura branca iniciou o espetáculo e foi conduzindo o manifesto num tom cru e ritmado que tanto caracteriza a banda. Ao lado, o novo membro Anton Ponomarev empresta a sua voz e o seu saxofone ao coletivo feminista e acrescenta um tom jazzístico que tão bem compõe o cenário musical; por vezes grita, por vezes embala convidando à luta sem fim pela liberdade e pela democracia. Por fim, Olga Borisova, editora do livro e Maria ‘Masha’ Alekhina, presa várias vezes e leader fundador da banda, explodem num registo assertivo e discorrem as letras do manifesto que reflete o seu forte desagrado com o regime de Putin e o seu apoio incondicional à Ucrânia, neste caso com contributo direto para a construção de um hospital pediátrico em Kiev.
As histórias de repressão, assédio e limitação da liberdade de expressão sucedem-se no écran, e consequentemente a atitude da banda, num crescendo de indignação, vai endurecendo a sua atitude até passarem a envergar as famosas baclavas, ao que se segue um passeio à frente da plateia e culmina num despertar de consciências, ao atirarem água para o público de forma repetida e ostensiva, dizendo "Nós lutamos e vós? A liberdade não existe se não lutarmos por ela todos os dias". Entre a música bem articulada, a atitude punk e a mensagem incontornável de intervenção por uma Rússia livre e justa, as Pussy Riot cumpriram o seu objetivo de dar um bom espetáculo e ao mesmo tempo passar a sua mensagem de desassossego.
O público acompanhou entusiasmado em forma de palmas e dança. Um pequeno mosh no final agitou as águas da magnífica sala Suggia da casa da música que não é de todo a mais apropriada para estes calores desenfreados mas que se adaptou lindamente à provocação. E assim se passou uma noite na companhia das sempre rebeldes e inconformadas Pussy Riot.
© Telma Mota |
No comments:
Post a Comment