© Guilherme Lucas |
words:
Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos Guilherme Lucas
O Manipulador
is musician Manuel Molarinho’s - better known as the bass player and singer of
Porto’s duo Baleia Baleia Baleia, one man band project. I confess that only very
recently - when reading the event on Facebook for the concert in Campanhã’s bar
have I heard about Manipulator. A deep analysis of what his work on Youtube Bandcamp
and so, I nearly instantly went into loop mode during my daily listening of
what I heard, and saw, about him. No need to add much more about how much I
liked his music . I was amazed to realize the project has existed for 9 years,
already something of a "veteran" compared with the fresh existence of Baleia,
Baleia, Baleia.
Attentively
listening to his songs on his Bandcamp I was strongly convinced it was a very
interesting and original project, with good songs pop-rock with a strong
experimental-electronic inclination and something psychedelic (those are, in
fact, huge songs, I Know being an obvious
case), and other great tracks, that aren’t specifically songs, have their own
personality. His lyrics are equally good: short and accurate, such brief
pamphleteering poetry of opposite feelings, totally rock'n'roll, between
failure, anguish and love love, and the hope to erase it all. In a nutshell: I
like everything in Manipulator’s music; Touching for my parameters.
Last Saturday’s
concert would assist to realize how everything of his I have been hearing up to
this point, and almost daily, would be live. I went expecting to listen to some of his songs that
captivated me most, but that was not the case. The concert was performed in a
different concept, different from his recordings, but only when it come to song
format. It was a performance of experimentation, obviously with some
recognizable links to his discography, but with the improvisation reflected in
many of his songs sound textures. In such regard, the show was very good and
the audience t proved it at the end of each of track, thanking with warm applause.
One must
praise the clever and very diversified way in which Manuel Molarinho performs
his music. It is not only good taste that prevails in his performance, but also
the wit of being able to offer a melting pot of several influences to the audience,
performing a very idiosyncratic, coherent and adult work. The way he
"humanizes" many of his digital sounds that reverberate through the
paraphernalia of his bass pedals is remarkable.
Because of
his obvious talent Manuel Molarinho is a great musician, one of those one must
have in high regard for years to come within our musical landscape. The warning
has been issued.
© Guilherme Lucas |
texto e
fotos: Guilherme Lucas
O Manipulador é um projeto em formato one man
band do músico Manuel Molarinho, mais conhecido como o baixista e vocalista do
duo portuense Baleia Baleia Baleia. Confesso que só tomei conhecimento sobre a
existência deste Manipulador muito recentemente, aquando da leitura do evento
no Facebook para este seu concerto no bar de Campanhã. Numa profunda análise ao
que há, dele, nos Youtubes e Bandcamps desta vida, quase que instantaneamente
entrei em modo de loop na escuta diária do que ouvi, e vi, sobre ele, não
precisando de adiantar muito mais sobre o quanto gostei da sua música. Mais
fiquei espantado por constatar que este projeto já existe há 9 anos, ou seja,
já algo “veterano” se considerarmos a comparação com a existência ainda algo
recente dos Baleia, Baleia, Baleia.
Na escuta
atenta dos seus temas no seu Bandcamp ficou-me a forte convicção de um projeto
muito interessante e original, com boas canções dentro de uma tipologia
pop/rock de forte pendor experimental/eletrónico e algo psicadélico, (há, na
realidade, enormes canções, como é o caso óbvio de um I Know), e outros
excelentes temas, que não sendo especificamente canções, tem a sua
personalidade própria. As suas letras são igualmente boas: curtas e certeiras,
qual breve poesia panfletária de sentimentos opostos, completamente
rock’n’roll, entre o falhanço, a angústia e a perda no amor, e a esperança de
anular tudo isso. Resumindo: gosto de tudo na música deste Manipulador; é
tocante para os meus parâmetros.
Este seu
concerto do passado sábado serviria para perceber como tudo o que andei a ouvir
dele até esse momento, e quase que diariamente, resultaria ao vivo. Ia com a
expetativa de ouvir algumas das suas canções que mais me cativaram, mas isso
não aconteceu de todo. O concerto foi todo ele realizado num outro conceito,
diferente dos seus trabalhos discográficos, mas unicamente no que respeita ao
formato de canção. Foi isso sim uma performance de experimentação, tendo
obviamente algumas linhas condutoras reconhecíveis na sua discografia, mas que
refletiu o improviso em muitas das texturas sonoras que as suas canções
possuem. E neste aspeto, o espetáculo foi muito bom e o público presente fazia
prova disso, no final de cada um dos seus temas, agradecendo com palmas
calorosas.
Há que
elogiar a forma inteligente e muito diversificada como Manuel Molarinho realiza
a sua música. Não é só o bom-gosto que impera na sua atuação, mas também a
sagacidade em conseguir oferecer um melting pot de influências várias ao
público, realizando um trabalho muito idiossincrático, coerente e adulto. A
forma como “humaniza” muitos dos seus sons digitais que ecoam por via da
parafernália de pedais do seu baixo, é marcante.
Manuel
Molarinho é um grande músico, daqueles de que se tem de ter em muito boa conta
para os próximos anos, dentro do nosso panorama musical, pelo seu óbvio
talento. O recado está dado à navegação.
© Guilherme Lucas |
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