Thursday 1 December 2022

Tempers, CCOP, PORTO, 26.11.2022.

© Telma Mota


words: Paulo Carmona (freely translated by Raquel Pinheiro); photos: Telma Mota


I believe that any interplanetary trip could have Tempers as a background sound.


Tempers’ sound is atmospheric enough to put any frantic person into contemplative mode. It is an undeniable invitation to our inner self and draws out our nostalgic and intimate side. On the surface, hairs stand on edge, the “chicken skin” phenomenon is slow, but it happens smoothly. Further and Strange Harvest are such ood examples. From time to time there are themes like Sightseeing with a bit more rhythm, but then they return to their world of warm breezes.

The CCOP room was well composed but not crowded, and the equidistance between the hosts did not change much. Only a slight undulation was perceptible, because the melodies delivered by Tempers and the band's posture on stage invite only that. The spotlights were directed towards the dark stage where the two band members could barely be seen. Very grateful and friendly, but uncommunicative, they were in perfect harmony with what they have to offer.

Alternating between 70's psychedelia, the more contemplative gothic of the 80's, and current minimalist experimental electronics, with hints of art-pop and synth-pop, Tempers are a project tailored for intimate concerts with their audience. In my view, putting them in a panoply of bands on any line-would be too bold a gamble, either for promoters or for the band itself, because it is necessary to be previously prepared over low heat to absorb the precious sound of Tempers and enjoy their music calmly, without rushing.

© Telma Mota

texto: Paulo Carmona; photos: Telma Mota



Acredito que qualquer viagem interplanetária poderia ter como som de fundo, Tempers.

O som dos Tempers é atmosférico o suficiente para por qualquer frenético em modo contemplativo. É um convite irrecusável para o interior de nós mesmos e puxa o nosso lado nostálgico e intimista. À flor da pele, quer o erriçar dos pelos, quer o fenómeno “pele de galinha” é lento, mas suavemente acontece. Further e Strange Harvest são bons exemplos disso. Volta e meia lá aparecem temas como sightseeing com um bit mais ritmado, mas depois voltam ao seu mundo de brisas mornas.

A sala do CCOP estava bem composta, mas não cheia, e a equidistância entre as hostes não se alterou muito. Apenas uma leve ondulação era percetível, porque as melodias debitadas pelos Tempers e a postura da banda em palco, apenas a isso convida. Os focos estavam direcionados para o palco escuro em que mal se vislumbravam os dois elementos da banda. Muito agradecidos e simpáticos, mas pouco comunicativos, estão em consonância perfeita com o que têm para oferecer.

Alternando entre o psicadelismo do 70’s, o gótico mais contemplativo dos 80’s, e a eletrónica experimental minimalista atual, com laivos de art-pop e synth-pop, os Tempers são um projeto talhado para concertos intimistas com o seu público. Mete-los numa panóplia de bandas de um qualquer cartaz, a meu ver, seria uma aposta demasiado arrojada, quer para promotores quer para a própria banda, isto porque é preciso estar-se previamente preparado em lume brando para sorver o som preciosista dos Tempers e degustar a sua música calmamente, sem pressas.


© Telma Mota

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