Thursday, 13 September 2018

Witch Sin & Yawning Man, Woodstock Rock Bar, Porto, 11.09.2018.  

words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos: Guilherme Lucas



Witch Sin - Mirandela, Trás-os-Montes’ stoner rock trio Witch Sin, opened the night, at Woodstock 69 the rentreé with  Americans Yawning Man (Official) as headliners. The band gave a very effective and decent concert, still with some edges to round. If commitment and instrumental mastery are undeniable when it comes to sound and aesthetic in which they wander (stoner rock with some psychedelic/environmental tones, especially some of the themes intros), it is also true that they still lack some fluidity in the connection between distinct movements of their songs - in some cases even showing some brief confusion and nervousness - which I presume will be solved with future concerts. It will be useful to correct those small incongruities. As a final note, and because it was a very efficient opening from a small band to a larger band, the audience showed its delight with losts of applause.



Yawning Man © Guilherme Lucas 
Yawning Man - Californians Yawning Man, a seminal band and living legend of desert rock (that decisively influenced the whole emerging stoner rock scene in the late 1980s), gave a great in their single national one before an admiring and respectful audience of their, by the end clearly grateful for the irreproachable performance. Therefore, with the venue practically filled with people that knew what they were looking for Woodstock deserves to be congratulated for bringing this important and historic group to Portugal.

Fortunately, live, Yawning Man showed to be multifaceted group of distinct trends. Thier discography shows it: different musical phases with varied sound textures, but with the same quality and gender mark. Practically, if we except the three final themes (more accelerated and powerful stoner rock), the whole show was within an environmental/psychedelic register and with a rhythmic cadence - more slow than fast. The trio displayed an undeniable sonority that remits to shoegaze (yes, shoegaze, not a mistake), mostly because of their guitarist, Gary Arce, master of an unusual thumb technique that performs magnifically, on a more environmental than psychedelic typology that fills the collective entire sound. While all the "pile" of desert rock/stoner bands make Black Sabbath solos and the like, Yawning Man indicate other unusual sound and aesthetic possibilities within the stoner universe, but no less interesting. This is what sets them apart: while currently stoner rock is practically depleted and has nearly no revitalization ability Yawning Man take a unique path. Maybe because they its parents, but also because they realized long ago that they can set different paths, without ever losing the already achieved credibility. They are also part of a generation of controversial and unique musicians and personalities since they have always been associated to the breath of artists from SST Records, Black Flag’s record label. That counts, and a lot, to understand the versatility of the group in terms of tastes and influences in their music.

This was a show that will surely remain in the future memory of many, not only for its excellence, filled with many good moments of great quality, but also because it was the one where the bar’s room temperature was (almost) the same as the desert’s one. It was a great concert at the Woodstock, with the prospect of another handful of good concerts until the end of the year


Yawning Man © Guilherme Lucas 

 texto e fotos: Guilherme Lucas

O trio de stoner rock transmontano (de Mirandela), Witch Sin, abriu a noite, na rentreé do bar Woodstock 69 com os norte-americanos Yawning Man (Official) como cabeça-de-cartaz. A banda deu um concerto muito eficaz e decente, mas ainda com algumas arestas a limar. Se é inegável o comprometimento e o domínio instrumental, no espetro sonoro e estético em que vagueiam (stoner rock com alguns laivos psicadélicos/ambientais, principalmente nos intros de alguns dos seus temas), também não é menos verdade que ainda revelaram alguma falta de fluidez na ligação entre andamentos distintos das suas músicas – em alguns casos até mesmo alguma breve confusão e nervosismo – que presumo, venham a ser sanados, com futuros concertos, que serão úteis para corrigir certamente estas pequenas incongruências. Como nota final, e porque foi uma abertura muito eficiente de uma banda pequena para com uma maior, o público presente deu mostras do seu agrado, com bastantes aplausos
Os californianos Yawning Man (Official), banda seminal e lenda viva do desert rock (que influenciou determinantemente toda a cena de stoner rock emergente nos finais dos anos 80), deram um excelente concerto no Woodstock 69, em data única nacional, com um público admirador e respeitador do seu som e claramente agradecido, no final, com a atuação irrepreensível. Por isso, e com a casa praticamente cheia de quem sabia ao que ia, o Woodstock está de parabéns por ser responsável pela vinda deste importante e histórico grupo ao nosso país.

Os Yawning Man revelaram ao vivo ser um grupo (felizmente) multifacetado e de tendências distintas. A sua discografia revela isso mesmo: diferentes fases musicais com texturas sonoras variadas, mas com a mesma marca de qualidade e de género. Praticamente, se excetuarmos os três temas finais (mais stoner rock acelerado e poderoso), todo o espetáculo foi dentro de um registo ambiental/psicadélico e em ritmo cadenciado - mais para o lento do que para o rápido. O trio exibiu uma inegável sonoridade que remete para o shoegaze (sim, shoegaze, não é erro), muito devido aos solos do seu guitarrista, Gary Arce, dono de uma invulgar técnica de polegar, e que os executa de forma magnífica, de tipologia mais ambiental do que psicadélica, e que preenchem na totalidade o som do coletivo. Enquanto todo o “monte” de bandas de desert rock/stoner fazem os solos à la Black Sabbath e afins, estes Yawning Man indicam outras possibilidades sonoras e estéticas pouco comuns no universo stoner, mas não menos interessantes. E é nisto que são distintos: enquanto este está praticamente esgotado e com muita pouca capacidade revitalizadora na atualidade, os Yawning Man fazem o seu caminho de forma única. Talvez porque sejam os pais da mesma, mas também porque perceberam há muito que podem determinar caminhos diferentes, sem nunca perderem a credibilidade já alcançada. Fazem parte também de uma geração de músicos e personalidades polémicas e singulares, pois sempre estiveram associados ao leque de artistas da editora SST Records, dos Black Flag. Isso conta, e muito, para se entender a versatilidade do grupo a nível de gostos e influências várias na sua música. 

Este foi um espetáculo que certamente ficará para memória futura de muitos, não só pela sua excelência, recheado de muitos bons momentos de enorme qualidade, mas também porque foi aquele onde a temperatura ambiente no bar era (quase) igual à de um deserto. Foi uma grande rentreé do Woodstock, com a perspetiva de mais um punhado de bons concertos até ao final do ano.


Yawning Man © Guilherme Lucas 


Yawning Man © Guilherme Lucas 



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