© Guilherme Lucas |
Words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos: Guilherme Lucas
Decreto 77 from Almada
wore chosen to support Marky Ramone's Blitzkrieg two Portuguese concerts. The
collective that has existence for 16 years (they come to be in 2002 with a hiatus
between 2013-15), have in its singer João, their greatest live asset. That does
not detract from the empathy (and very solid instrumental competence) that the
remaining members emanate throughout the performance.
João is the typical
case, almost turned into a real meme, the eternal teenager inside a huge adult
body (he’s a very tall boy), displaying of stage the attitude of some one that never
wants to grow up. He performs, in an iconic and entertaining way, the whole
spirit of a youthful stance very characteristic of the 80’s-90’s California’s
punk-hardcore-skate gold years. Always trying to break whatever existing
barriers between audience and band, very chatty and friendly, always sought
through his performance draw the audience that gradually filled Hard Club’s Sala
2. And he succeeded. If, at the beginning of the show, things were a bit cold,
towards the end of the concert the audience had a great enthusiasm towards the
band’s performance considering the unpleasant of a smaller band to open for a
larger one.
77 play
essentially punk-rock, with some inroads to old school punk-hardcore of of a more
emotional leaning, but always in a light, healthy and hopeful fashion, with
strong choruses, sung in chorus, with melodic guitar solos, searching to reach
teenage punk anthems (at times their music resembled something from Youth
Brigade and Bad Religion). Therefore, they aren’t a depressive, dense, brutal
and chaotic punk band. In such regard, they are part of what I personally
classify as "punk pop hymns". The themes of the quintet range from
personal problems face-to-face with reality consumer society, war, love, peace,
hate, etc. ... deep down, all the classic causes of punk.
I found Decrteto
77’s concert very nice, even good, within their field. They are a serious and
committed band within their proposal. It seemed to me a good choice of from the
promotor to have chosen them for support act, since, somehow, without being an
extreme and chaotic punk band, they are, however, quite accessible within this
typology, which makes sense in the context that what to come next was a more
than known and recognized by the masses musical legacy, like the Ramones.
© Guilherme Lucas |
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texto e fotos: Guilherme Lucas
Os Decreto 77, banda de Almada,
foi a eleita para suporte das duas datas nacionais de Marky Ramone's
Blitzkrieg. O coletivo, que leva já 16 anos de existência (formados em 2002 e
com um interregno de atividade entre 2013-15), tem no seu vocalista João, o seu
maior trunfo ao vivo. Isto sem desmerecer também toda a empatia (e uma muito
sólida competência instrumental), que os restantes membros emanam, ao longo da
atuação.
João é o típico caso, feito quase um meme real, do eterno adolescente dentro de um corpo adulto e enorme (o rapaz é muito alto), e que em palco evidencia a atitude de não querer crescer nunca. Interpreta, de forma icónica e divertida, todo o espírito de uma certa postura juvenil muito característica do punk-hardcore-skate californiano dos anos de ouro dos 80-90. Tentando sempre quebrar eventuais barreiras entre o público e banda, muito conversador e simpático, procurou sempre através da sua performance cativar a adesão de uma assistência que ia preenchendo a pouco e pouco a sala 2 do Hard Club. E o que é facto é que o conseguiu. Se no início do espetáculo a coisa estava algo fria, já para o final do concerto percebia-se um maior entusiasmo por parte do público em geral, à atuação do grupo, considerando sempre a tarefa ingrata que é fazer, para uma banda mais pequena, a abertura para uma banda maior.
João é o típico caso, feito quase um meme real, do eterno adolescente dentro de um corpo adulto e enorme (o rapaz é muito alto), e que em palco evidencia a atitude de não querer crescer nunca. Interpreta, de forma icónica e divertida, todo o espírito de uma certa postura juvenil muito característica do punk-hardcore-skate californiano dos anos de ouro dos 80-90. Tentando sempre quebrar eventuais barreiras entre o público e banda, muito conversador e simpático, procurou sempre através da sua performance cativar a adesão de uma assistência que ia preenchendo a pouco e pouco a sala 2 do Hard Club. E o que é facto é que o conseguiu. Se no início do espetáculo a coisa estava algo fria, já para o final do concerto percebia-se um maior entusiasmo por parte do público em geral, à atuação do grupo, considerando sempre a tarefa ingrata que é fazer, para uma banda mais pequena, a abertura para uma banda maior.
Os Decreto 77 tocam essencialmente punk-rock, com algumas incursões ao punk-hardcore old school de pendor mais emotivo, mas sempre numa vertente light, saudável e de esperança, de fortes refrões, cantados em coro e com solos de guitarra melódicos, na procura da realização de hinos punk adolescentes (em momentos da sua música lembram algo dos Youth Brigade e Bad Religion). Não são por isso, e de todo, uma banda punk com um som depressivo, denso, brutal e caótico. Nesse aspeto, fazem parte do que pessoalmente classifico como “punk pop de hinos”. As temáticas do quinteto situam-se entre as problemáticas pessoais em confronto com o real e a sociedade de consumo, guerra, amor, paz, ódio, etc… no fundo, todas as causas clássicas do punk.
Achei o concerto dos Decreto 77 muito simpático, e até bom, dentro do seu campo. São uma banda séria e comprometida dentro do que se propôe. Pareceu-me uma boa escolha da organização em os ter elegido para suporte, já que, de alguma forma, e não sendo uma banda do punk extremo e caótico, são isso sim, bastante acessíveis dentro desta tipologia, o que faz sentido num contexto em que o que vêm a seguir é todo um legado musical, mais do que conhecido e reconhecido pelas massas, como é o dos Ramones.
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