The Velvet
Underground Played at My High School, Anthony Jannelli, Robert Pietri, 2018,
US, 7 + Showcase Little Friend’ – Porto/Post/Doc – Transmission, 10pm - Passos
Manuel, Porto, 26.11.2018. - Part 2.
words:
Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos: Raquel Pinheiro
I was very
pleased with Little Friend ‘s showcase by musician John Almeida, who started
his performance after The Velvet Underground Played at My High School’s
screening.
On a simple
and very intimate setting with only the necessary stage lights to lit the
musician's position by the microphone's tripod, under Passos Manuel’s screen majestically
projecting one of the most sombre and intense scenes from Velvet Underground’s
animated film, John Almeida revisited his first album (2013) called We Will
Destroy Each Other, while also presenting some new songs that will feature on
his second album, to be released early 2019, titled A Substitute For Sadness.
It was the
first time I saw him live. I went to the concert with an idea of his work only formed
by listening to his two albums, which I managed to have previous access.
John Almeida
is a great songs composer. That is immediately
perceived in listening to his themes. He is a musician with a rock matrix, but
who channels it to perform pop songs. Something he does with undeniable
distinction. There is a meticulous care in the arrangements and in the various
emotional intensities offered by his music that brings us back to the idea of someone
who works intensively on his themes so that his feelings and message are
transmitted with touching sensitivity. Although he makes pop songs, they are
not "catchy", easy to absorb songs; the musician is a subtle arranger
and his songs exhibit pop class, without vulgarity or for the masses. In
addition to recognizing a mix between The Beatles, The Velvet Underground and
Radiohead on parts of their sound, I cannot find other, more palpable
references (which I’m sure they will have for other listeners), perhaps because
the timbre of his voice is not very obvious to me (at least the way I listen to
it). It's more an asset of his own. He showed it in the way he performed. Using
only his great voice, a great capacity to make huge and irresistible choruses,
and an acoustic or an electric guitar to accompany (except for one theme,
Singing In My Sleep, which featured a friend on keyboards), it was by choosing
this format, stripped of all arrangements inherent in a band, and that his albums
reproduce, that captivated me a lot. Surprised
me even, because they reaffirmed my conviction that great songs, when they are unbelievably
good and beautiful suffice itself in their simplicity.
Possibly, the
next time I’ll him live he will be with his band, and, maybe, everything will
be closer to his recordings, each of the themes acquiring a different dimension
than the one played this time. I found his entire solo performance excellent, an
urban troubadour. That's enough for my future memories of Little Friend. It was
a magnificent evening.
texto:
Guilherme Lucas; fotos: Raquel Pinheiro
The Velvet
Underground Played at My High School + Showcase Little Friend at Porto Post Doc
- Caíu-me mesmo bem este showcase de Little Friend, do músico John Almeida, que
deu início à sua atuação, terminada a projeção da curta The Velvet Underground
Played at My High School.
Sobre um
cenário simples e bastante intimista, com as luzes de palco apenas necessárias
para iluminar a posição do músico junto ao tripé do microfone, e onde no ecrã
de cinema do Passos Manuel se projetava majestosamente uma das cenas mais
sombrias e intensas da animação da curta dos The Velvet Underground, John
Almeida revisitou, em muitas ocasiões do seu espetáculo, o seu primeiro álbum
de 2013, de nome We Will Destroy Each Other, como foi também apresentando
alguns novos temas que farão parte do seu segundo álbum, a ser editado no
início de 2019, e cujo nome será A Substitute For Sadness.
Foi a
primeira vez que vi o músico ao vivo. Ia para este concerto com uma ideia do
seu trabalho, unicamente fruto da minha escuta dos seus dois álbuns, a que
consegui ter prévio acesso.
John Almeida
é um grande compositor de canções, isso é o que se percebe de imediato na
escuta dos seus temas. É um músico que tem uma matriz rock, mas que canaliza a
mesma para realizar canções pop. E é algo que faz com distinção inegável. Há um
cuidado meticuloso nos arranjos e nas várias intensidades emocionais que a sua
música nos oferece que nos remete para a ideia de alguém que trabalha
intensamente os seus temas de forma a que os seus sentimentos e a sua mensagem
sejam transmitidos com uma sensibilidade tocante. Embora faça canções pop,
direi que não são canções “orelhudas” das mais fáceis de absorver; o músico é
um arranjador subtil e as suas canções exibem classe pop, sem vulgaridade e
para as massas. E para além de reconhecer um misto entre The Beatles, The
Velvet Underground e Radiohead em coisas do seu som, não consigo, além destes,
encontrar outras referências mais palpáveis (que certamente terá para outros
ouvintes), talvez porque o timbre da sua voz não seja para mim muito óbvio
(pelo menos da forma como a escuto). É mais um trunfo seu. Demonstrou isso
mesmo, da forma como atuou. Usando apenas a sua grande voz, e uma capacidade
enorme para fazer coros imensos e irresistíveis, e uma guitarra acústica ou uma
elétrica para acompanhar (à exceção de um tema, Singing In My Sleep, em que
contou com a participação nas teclas de um músico amigo), foi pela escolha
deste formato, despido de todos os arranjos inerentes a uma banda, e que os
seus discos plasmam, que me cativou bastante, e até me surpreendeu, pois
reafirmou a minha convicção de que as grandes canções bastam-se a si mesmas na
sua simplicidade, quando são indesmentivelmente boas e belas.
Possivelmente
da próxima vez que o for ver ao vivo vai ser com a sua banda e eventualmente
tudo será mais próximo aos seus trabalhos discográficos, adquirindo cada um dos
temas uma dimensão diferente daquela que interpretou desta vez. Por mim, achei
excelente toda esta sua atuação a solo, qual trovador urbano. Basta-me esta
para as minhas memórias futuras sobre Little Friend. Foi um serão magnífico.
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