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© Guilherme Lucas |
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© Guilherme Lucas
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Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro ); photos: Guilherme
Lucas
Electric Octopus, a trio from Belfast, UK, gave a concert
last Friday at Woodstock 69, out of all the usual conventions within rock
concerts. Because they played three sets apart and possibly played three hours
or even a little more. The Woodstock 69 had a flood of public who knew what was
going for (this time the bar was really at capacity), and, in that sense, no
one was left disappointed in their expectations, as well as the band itself
that, at the end, informed it was their first time in Portugal, but that they
would return to WS69, because they loved the environment created around their
performance. Electric Octopus are a very curious collective, outside of the common
parameters within current instrumental and psychedelic rock. They have a very own
and remarkable speech, that, I believe, few will be indifferent to their music
and show. Because it has an extensive, interesting and very varied discography
in terms of musical latitudes, because they are essentially, psychedelic, but
excellent performers in the combustion of distortion and fuzz of other genres,
such as funk, blues, jazz and even reggae.
That is, they have no sound barriers;
the sound of the band always looks for meetings and fusions among several
musical genres. But what sets them apart from almost every band is their
admirable ability to make their music come out of a loto f improvisation, in a jam-session
registry. And the fact is, live it is notorious and impresses anyone. Playing
three hours in almost jam mode is not usual and honestly, I have no memory of
having watched such (and I have thousands of live bands my memory ark). Another
aspect to be valued was to note the group's uncompromising openness in allowing
and encouraging elements of the audience to intervene throughout their show,
sometimes singing (or improvising) on stage, sometimes dancing in a shamanic
way.
One constant of the ambience of the show was the complete neo-hippie
spirit of communion among the majority of the audience with the band, which was
unique and rare to see. Another point where the band fascinated me were the
moments of complete surprise that it can offer in terms of intensities. In a three
hours show one expects repeated forms and structures, equal intensities ... but
when we no longer expect something different to happen, expecting only more of
the same, behold, the trio always offers a surprise in a fulminating way, without
previous warning; at times calm and hypnotic or a rhythmic energy in
combustion, sometimes funky, other times rock. And when that happens - and it
has always occurred throughout the show - believe me it is a very good thing of
which I am speaking of. I am of the opinion that all rock lovers should, at
least once in their lives, see Electric Octopus live. It's always a different
experience, and in itself, that is worthy.
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© Guilherme Lucas |
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texto e fotos: Guilherme
Lucas
Os Electric Octopus, trio de Belfast, Reino Unido, deram na passada sexta-feira
um concerto no Woodstock 69, fora de todos os convencionalismos usuais dentro
de concertos de rock. Porque tocaram três sets intervalados e possivelmente
terão tocado três horas, ou até um pouco mais. O Woodstock 69 teve uma enchente
de público que sabia ao que ia (desta vez o bar estava mesmo cheio), e nesse
sentido, ninguém saiu defraudado nas suas expetativas, bem como a própria banda
que informou no final que era a sua primeira vez em Portugal, mas que iam regressar
ao WS69, pois adoraram todo o ambiente criado em volta da sua atuação.
Os
Electric Octopus são um coletivo muito curioso e fora dos parâmetros comuns
dentro do rock instrumental e psicadélico da atualidade. Tem um discurso tão
próprio e marcante, que acredito, poucos ficarão indiferentes à sua música e
espetáculo. Porque tem uma extensa, interessante e muito variada discografia em
termos de latitudes musicais, porque são essencialmente psicadélicos, mas
intérpretes exímios na combustão da distorção e do fuzz de outros géneros, como
o funky, o blues, o jazz e até o reggae. Ou seja, não tem fronteiras sonoras; o
som da banda procura sempre encontros e fusões entre vários géneros musicais.
Mas o que os diferencia de quase todas as bandas é a sua capacidade admirável
de a sua música ser fruto de muito improviso, num registo de jam-session. E o
facto é que ao vivo isso é notório e impressiona qualquer um. Tocar três horas
em quase modo jam não é usual e sinceramente, não tenho memória de ter
assistido a tal (e milhares de bandas ao vivo estão no meu baú das memórias).
Outro aspeto a valorizar foi constatar a abertura descomprometida do grupo em
permitir e incentivar elementos do público a intervir ao longo do seu
espetáculo, ora cantando (ou improvisando) em palco, ora dançando de forma
xamânica. Uma constante do ambiente do espetáculo foi o completo espírito de
comunhão neo-hippie entre a maioria do público com a banda, e que foi único e
raro de se ver. Outro ponto em que a banda me fascinou foram os momentos de
completa surpresa que a mesma consegue oferecer em termos de intensidades. Em
três horas de espetáculo compreende-se que haja formas e estruturas que são
repetidas, intensidades iguais… mas quando já não esperamos que dali ocorra algo
diferente, esperando só mais do mesmo, eis que o trio oferece sempre uma
surpresa de forma fulminante e sem aviso prévio; ora calma e hipnótica ou então
de uma energia rítmica em combustão, ora funky, ora rock. E quando isso ocorre
- e ocorreu sempre ao longo do espetáculo – acreditem que é de coisa muito boa
da qual estou a falar. Sou da opinião que todos os amantes de rock deviam ver,
pelo menos uma vez na vida, os Electric Octopus ao vivo. É sempre uma
experiência diferente, e já vale só por isso.
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