Friday, 4 May 2018

2 - (Parva é Parva porque quer # 7) – Terebentina + Sereias + Nu No & FT – Sereias, Cantinho da Teresinha, Centro Comercial Cedofeita, Porto, 30.04.2018.



© Raquel Pinheiro

© Raquel Pinheiro

words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos: Raquel Pinheiro

Who is there? Who is there? Who is There? Otelo, FP-25, Fascism everywhere. Why do you kill your son? Why don’t you say fuck off? Whois there? Who is there? Who is there? Politicians, bureaucrats, bankers, businessmen ... Otelo Saraiva de Carvalho. Who is there? Who is there? Who is there? Christmas, Easter, Allah's bombs, April bombs. Who is there? Who is there? Who is there? Everything is rotten ... Chaos, apocalypse, Otelo, FP-25 …)

With this urgent introduction, almost a ready-made register elevating the art of poetry of from what is generalist and apparently obvious, António Pedro Ribeiro gave the motto for another crazy incursion with Sireias to the world of mental imbalances, shock culture and chaos.

I no longer have any doubt considering Sereias as the only currently active band, with the most genuinely insane sound and attitude in Portugal - and perhaps also one of the few - in the rest of the world. And do not come to me with other bands and projects that can also compete in the same register niche, because almost all of them will always be within classic types of subgenres, sometimes rock, sometimes metal - or even others - but always in competition within similar registers, which is almost always the one of clichés and obvious formatting, already well-known and identifiable.
Sereias only play within their own league, invented by them. They are like a kind of today’s Velvet Underground, of our urban and social reality, strictly in the sense that they are unique and with a language of their own; the only alternative to them will always be to copy and try to replicate them. More than the moments of complete madness that are perceived throughout their performances, there is an urgent need for interaction with the band and their disorders, as to show that, after all, we are all insane and that we also want to participate in this discharge of dysfunctional energy, in search of catharsis and redemption. And this has always happened in their concerts.

Sereias are the post-punk band who invented post-madness.


© Raquel Pinheiro

© Raquel Pinheiro


texto: Guilherme Lucas, fotos: Raquel Pinheiro

“Quem está aí? Quem está aí? Quem está aí? Otelo, FP-25, Fascismo em todo o lado. Porque matas o teu filho? Porque não mandas tudo pró caralho? Quem está aí? Quem está aí? Quem está aí? Políticos, burocratas, banqueiros, empresários… Otelo Saraiva de Carvalho. Quem está aí? Quem está aí? Quem está aí? Natal, Páscoa, bombas de Alá, bombas abrilanas. Quem está aí? Quem está aí? Quem está aí? Está tudo podre… Caos, apocalipse, Otelo, FP-25”… Com esta introdução urgente, quase que em registo ready-made de elevação a arte poética do que é generalista e aparentemente óbvio, António Pedro Ribeiro, deu o mote para mais uma incursão demencial com as Sereias ao mundo dos desequilíbrios mentais, da cultura de choque e do caos.

Já não tenho dúvida alguma em considerar, neste momento, as Sereias como a única banda, em atividade, com o som e a atitude genuinamente mais insana em Portugal - e talvez também como uma das poucas - no resto do planeta. E não me venham acenar com outras bandas e projetos que também possam concorrer no mesmo nicho de registo, porque quase todas elas estarão sempre em tipologias clássicas dos subgéneros, ora do rock, ora do metal - ou até de outros – mas sempre em competição dentro de registos semelhantes, e que é quase sempre o dos clichés e o da formatação óbvia, já por demais conhecidas e identificáveis. Os Sereias só atuam dentro do seu próprio campeonato, inventado por eles. São como que uma espécie de Velvet Underground do nosso tempo, da nossa realidade urbana e social, estritamente no sentido em que são únicos e com uma linguagem própria; em que a única alternativa a eles passará sempre por os copiar e os tentar replicar. Mais do que os momentos de completa loucura que são percepcionados ao longo das suas atuações, há como que uma necessidade urgente de interação com a banda e com os seus distúrbios, como que para mostrar que afinal somos todos dementes e que também queremos participar dessa descarga de energia disfuncional, em busca da catárse e da redenção. E isso tem sempre ocorrido nos seus concertos.

Os Sereias são a banda post punk que inventou a post loucura.

© Raquel Pinheiro

© Raquel Pinheiro

© Raquel Pinheiro


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