© Raquel Pinheiro |
© Raquel Pinheiro |
words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel
Pinheiro); photos: Raquel Pinheiro
Who
is there? Who is there? Who is There? Otelo,
FP-25, Fascism everywhere. Why do you kill your
son? Why don’t you say fuck off? Whois there? Who is there? Who is there?
Politicians, bureaucrats, bankers, businessmen ... … Otelo Saraiva de Carvalho. Who is there? Who is there?
Who is there? Christmas, Easter, Allah's bombs, April bombs. Who is there? Who
is there? Who is there? Everything is rotten ... Chaos, apocalypse, Otelo,
FP-25 …)
With
this urgent introduction, almost a ready-made register elevating the art of poetry
of from what is generalist and apparently obvious, António Pedro Ribeiro gave
the motto for another crazy incursion with Sireias to the world of mental
imbalances, shock culture and chaos.
I no longer have any doubt considering
Sereias as the only currently active band, with the most genuinely insane sound
and attitude in Portugal - and perhaps also one of the few - in the rest of the
world. And do not come to me with other bands and projects that can also
compete in the same register niche, because almost all of them will always be within
classic types of subgenres, sometimes rock, sometimes metal - or even others -
but always in competition within similar registers, which is almost always the
one of clichés and obvious formatting, already well-known and identifiable.
Sereias only play within their
own league, invented by them. They are like a kind of today’s Velvet
Underground, of our urban and social reality, strictly in the sense that they
are unique and with a language of their own; the only alternative to them will
always be to copy and try to replicate them. More than the moments of complete
madness that are perceived throughout their performances, there is an urgent
need for interaction with the band and their disorders, as to show that, after
all, we are all insane and that we also want to participate in this discharge
of dysfunctional energy, in search of catharsis and redemption. And this has
always happened in their concerts.
Sereias are the post-punk band who invented post-madness.
© Raquel Pinheiro |
© Raquel Pinheiro |
texto: Guilherme Lucas, fotos:
Raquel Pinheiro
“Quem está aí? Quem está aí? Quem
está aí? Otelo, FP-25, Fascismo em todo o lado. Porque matas o teu filho?
Porque não mandas tudo pró caralho? Quem está aí? Quem está aí? Quem está aí?
Políticos, burocratas, banqueiros, empresários… Otelo Saraiva de Carvalho. Quem
está aí? Quem está aí? Quem está aí? Natal, Páscoa, bombas de Alá, bombas
abrilanas. Quem está aí? Quem está aí? Quem está aí? Está tudo podre… Caos, apocalipse, Otelo, FP-25”… Com esta
introdução urgente, quase que em registo ready-made de elevação a arte poética
do que é generalista e aparentemente óbvio, António Pedro Ribeiro, deu o mote para mais uma
incursão demencial com as Sereias ao mundo dos desequilíbrios mentais, da cultura de
choque e do caos.
Já não tenho dúvida alguma em
considerar, neste momento, as Sereias como a única banda, em atividade, com o
som e a atitude genuinamente mais insana em Portugal - e talvez também como uma
das poucas - no resto do planeta. E não me venham acenar com outras bandas e
projetos que também possam concorrer no mesmo nicho de registo, porque quase
todas elas estarão sempre em tipologias clássicas dos subgéneros, ora do rock,
ora do metal - ou até de outros – mas sempre em competição dentro de registos
semelhantes, e que é quase sempre o dos clichés e o da formatação óbvia, já por
demais conhecidas e identificáveis. Os Sereias só atuam dentro do seu próprio campeonato,
inventado por eles. São como que uma espécie de Velvet Underground do nosso
tempo, da nossa realidade urbana e social, estritamente no sentido em que são
únicos e com uma linguagem própria; em que a única alternativa a eles passará
sempre por os copiar e os tentar replicar. Mais do que os momentos de completa
loucura que são percepcionados ao longo das suas atuações, há como que uma
necessidade urgente de interação com a banda e com os seus distúrbios, como que
para mostrar que afinal somos todos dementes e que também queremos participar
dessa descarga de energia disfuncional, em busca da catárse e da redenção. E
isso tem sempre ocorrido nos seus concertos.
Os Sereias são a banda post punk que inventou a post loucura.
© Raquel Pinheiro |
© Raquel Pinheiro |
© Raquel Pinheiro |
No comments:
Post a Comment