© Raquel Pinheiro |
words: Guilherme Lucas (freely
translated by Raquel Pinheiro); photos: Raquel Pinheiro & Guilherme Lucas
Parva is a DIY concept of its
mentor, musician and artist Pedro Centeno, which includes an independent
publisher, project management and the organization of underground cultural events,
but also has incursions in fine arts, from what I was able to deduce . And I
say deduce, because I am writing this text without having yet managed to reach
the informal conversation with its leader to get to know more about his ideas
and future plans. There will certainly soon be an opportunity for it, but, and
for that very reason, these short lines are only based on my research and
interpretative analysis of what already proliferates on the internet about
Parva.
All that to introduce a brief
thought about the event organized last Monday, April 30 at Cedofeita Shopping
Center, in a nightclub called Cantinho da Teresinha, a fado house, and that (as
everyone knows ), is always a great, completely improbable, place, where true
underground events always make history.
It was a long and fantastic evening, with lots of people participating and attending the concerts of the bands in the line-up, as well as the DJ Sets that followed them. It was a unique moment and that will remain for future memory, which, right now, I classify as a record of the possible post-punk scene (much because of the bands) currently in Porto. And I say it's a possible post-punk, because there are things in it that are so, and many others that already escape this genre ... but post punk always also lived without predefined aesthetic borders, which was always its great virtue. Do not confuse this post punk that I speak of with the post punk gothic variant or deathrock, depressive urban pop- rock from Manchester and the likes, (that also exists in a very representative manner in Porto) ... this post-punk that I speak of is linked to Einsturzende Neubauten and Die Haut, 70s & 80s New York of Suicide and Lydia Lunch, or The Birthday Party and Rowland S. Howard’s Melbourne. It is the post-punk of artists, unbalanced geniuses, libertarians, anarchists, chaos and debauchery. It's my post-punk, the one I've always loved.
But this (neo) post-punk that
I point to already has its own discourse that goes beyond the musical subgenre
I am referring to, and which is, therefore, musically diverse (both formally
analogical and digital, or the two simultaneously) , and, when it comes to the bands,
they themselves, and in their own way, are able to implant themselves in the city
‘s alternative circuit of the and beyond. And, in that sense, Parva has had an
enormous importance, not only because of its catalog of published projects, but
also because of the events it has held.
For now I have identified Sereias, Terbentina, Nu No
& FT and Era uma vez um tímpano, as bands of this bearing. I also consider 10,000
Russos, Dreamweapon and Summer of Hate in the same league, but in a very
different position, much of their sound being krautrock (this is the link they
have with post-punk, since it is the greater influence of that genre) and the
fact that, live, there ins’t in those three bands the aesthetics of violent and
insane chaos, that happens with the other four mentioned above. Let's say the
last three are the disciplined psychedelics of post-punk. This is all very
exciting for me, because I have always thought it difficult to find nowadays inheritance
and continuity in the city to 80s-90s Guru
Paraplégico e os Iconoclastas or Hospital. So
if there are any more bands of the genre, I hope to discover and talk about
them firsthand. Tha is what drives me.
© Guilherme Lucas |
© Guilherme Lucas |
© Guilherme Lucas |
texto: Guilherme Lucas, fotos:
Raquel Pinheiro & Guilherme Lucas
P a r v a é um
conceito DIY do seu mentor, o músico e artista Pedro Centeno, que
incluí uma editora independente, management de projetos e organização de
eventos de cultura underground, mas também tem incursões na área das artes
plásticas, pelo que me foi dado deduzir. E digo deduzir, porque estou a
escrever este texto sem ter ainda conseguido chegar à conversa informal com o
seu responsável para conseguir saber mais sobre as suas ideias e planos futuros.
Haverá certamente oportunidade em breve para tal, mas, e por isso mesmo, estas
curtas linhas são só baseadas na minha pesquisa e análise interpretativa ao que
já prolifera na net sobre a Parva.
Isto tudo para introduzir
para um breve pensamento sobre o evento organizado na passada segunda-feira,
dia 30 de Abril, no Centro Comercial de Cedofeita,
numa discoteca de nome Cantinho da Teresinha,
uma casa de fados, e que (como toda a gente sabe), é sempre um excelente local,
completamente improvável, onde os verdadeiros eventos underground fazem sempre
história.
Foi uma longa e fantástica madrugada, com muita gente a participar e a acorrer aos concertos das bandas em cartaz, bem como aos DJ Sets que se seguiram. Foi um momento único e que fica para memória futura, o qual classifico desde já como um registo do que é a cena post punk possível (muito por via das bandas), no momento atual na Invicta. E digo que é um post punk possível, porque há coisas nele que o são e muitas outras que já escapam a esse género… mas também o post punk sempre viveu sem fronteiras estéticas predefinidas, essa sempre foi a sua grande virtude. Não se confunda este post punk de que falo com o post punk da variante gótica ou deathrock, da pop/rock urbano depressiva de Manchester e afins, (que também existe de forma muito representativa no Porto)… este post punk de que falo está ligado à Berlin dos anos 80, dos Einsturzende Neubauten e dos Die Haut, à Nova York dos 70-80 dos Suicide e da Lydia Lunch, ou a Melbourne dos The Birthday Party e de Rowland S. Howard. É o post punk dos artistas, dos génios desequilibrados, dos libertários,dos anarquistas, do caos e da devassidão. É o meu post punk, aquele que sempre adorei.
Mas este (neo) post punk
portuense que aponto tem já o seu próprio discurso que vai para além do
subgénero musical que refiro, e que é, por isso, musicalmente diverso (tanto é
formalmente analógico como digital, ou até os dois em simultâneo), e no caso
das bandas, elas mesmo, e muito à sua maneira, estão a conseguir implantar-se
no circuito alternativo da cidade e até já fora dela. E a Parva tem tido, neste
sentido, uma importância enorme, não só pelo seu catálogo de projetos editados,
mas também pelos eventos que tem realizado.
Por agora já identifiquei
os Sereias, os Terebentina, o Nu No
& FT e o Era uma vez um tímpano,
como bandas desta safra. Considero também os 10 000 Russos, os dreamweapon e
os Summer of Hate no
mesmo campeonato, mas numa posição muito diferente, por muito do seu som ser
krautrock (é essa a ligação que tem com o post punk, já que é para este uma
influência maior) e não haver nestas três bandas ao vivo a estética de caos
violento e demencial, que acontece com as outras quatro atrás referidas.
Digamos que estes três últimos são os psicadélicos disciplinados do post punk.
Tudo isto é para mim muito entusiasmante, porque pensei sempre difícil haver
herança e continuidade na cidade a uns Guru Paraplégico e os Iconoclastas e a
uns Hospital Psiquiátrico dos anos 80-90, nos dias de hoje. Por isso se houver
mais algumas bandas do género, espero descobrir e falar delas em primeira mão.
É isso que me move.
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