© Raquel Pinheiro |
words: Guilherme Lucas (freely
translated by Raquel Pinheiro); photos: Raquel Pinheiro
Famous British composer, musician
and producer John Parish was in Portugal, to present live, in two concerts -
Porto and Lisboa - his film-concert, called Screenplay. Thursday he was at Hard
Club in Porto and Friday at Culturgest in Lisboa, the last as part of IndieLisboa
International Film Festival programme.
Screenplay, a Parish album
released in 2013, made of soundtracks for a movie that does not really exist.
The concept is based on the selection of several scenes from various films
(nine altogether), of the musician ‘s taste, who decided to compose
sequentially with the aim to produce soundtrack for all those excerpts,
resulting in nineteen themes. The idea is curious, very valid and the proof is
that, after being listened to, it works well in musical terms,.
John Parish performed on Hard
Club’s stage accompanied by his private band made up of accomplices (I immediately
recognized drummer and multi-instrumentalist Jean Marc Butty, who was part of
Mick Harvey's support band, since he played in Portugal, in 2015). Butty is the
service drummer, along with Parish and Jeremy Hogg (another of the guitarists
present) of PJ Harvey’s). Marta Collica (keys and vocals) and Giorgia Poli
(bass and vocals), the other band members, also are usual musicians from John
Parish Band.
In a conceptual and
intimate concert, as was the, where fifteen of the nineteen songs were played (not
on the album's line-up), I have clearly and very objectively retained two
points to comment:
- Although the projection of
some of the film sequences is understandable, in order to provide the audience
with more engagement and clarity about the music being played for that very footage,
the fact is that in most cases it did not work effectively. If it is visually
pleasing to see a band silhouetted in front of a film screen with films projection
running, in this case there were many moments when the intensity of the music,
and even its volume, could not harmoniously connect with the images, losing
kinematic beam. Not always, but most times. Many of the band's best musical moments
happened when it played without the footage projection.
- The John Parish Band is a luxury band, made up of musicians that create excellent music, with extremely elegant and impeccable good taste. It is, therefore, always able to play variable quality material with the same commitment. All that to say that it was obvious to ascertainment that some of the album’s themes are quality rather inferior composition wise when compared to others that are simply excellent, of a touching melancholic beauty. It is, however, understandable that this oscillation (possibly caused by of Parish’s different moods during the creative act that brought them into being, certainly always variable and circumstantial), in the sense that there does not always have to be a perfect album with huge themes. The point is that Screenplay has excellent themes, but also offers so many that are only understood as Parish’s experimental approaches (or even reveries), possibly very valid for him ... but that do not reach the greatness and depth of some of the others.
John
Parish is a very friendly musician with the audience and was quite pleased with
the warm reception he was receiving with clapping at the end of each theme.
After the performance, the band returned once again to stage, as a farewell and
encore, to play another composition called Buffalo.
In short, I will say that it was, without a doubt, a
good concert, but with my best expectations were somewhat disappointed, because
from John Parish I only expect nothing less than excellence.
© Raquel Pinheiro |
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texto: Guilherme Lucas, fotos: Raquel
Pinheiro
O famoso compositor, músico e
produtor britânico, John Parish está
em Portugal, para apresentar ao vivo, em duas datas – Porto e Lisboa - o seu
filme-concerto, de nome Screenplay. Ontem esteve no Hard Club, no Porto e hoje
estará na Culturgest, em Lisboa, fazendo este último concerto parte da
programação da IndieLisboa International Film Festival.
Screenplay é um álbum de
Parish lançado em 2013, feito de bandas sonoras para um filme que não existe na
realidade. O conceito parte da seleção de várias cenas de vários filmes (nove
ao todo), da preferência do músico, que decidiu compor em forma sequencial com
vista à realização de uma banda sonora totalizadora desses excertos, resultando
em dezanove temas. A ideia é curiosa e muito válida e a prova é que resulta bem
em termos musicais, após escuta.
John Parish apresentou-se no palco do Hard
Club acompanhado da sua banda privativa feita de amizades cúmplices (reconheci
de imediato o baterista e multinstrumentista Jean Marc Butty, que fez parte da
banda de apoio de Mick Harvey, desde a última vez que este tocou no nosso país,
em 2015). Butty é o baterista de serviço, conjuntamente com Parish e Jeremy
Hogg (outro dos guitarristas presentes), de PJ Harvey). Marta Collica (teclas e
voz) e Giorgia Poli (baixo e voz), os restantes elementos da banda, são também
elas músicos habituais na John Parish Band.
Num concerto conceptual e de pendor intimista,
como foi o caso deste, onde foram tocados quinze dos dezanove temas (fora do
alinhamento do álbum), retive, clara e muito objetivamente, dois aspetos para
comentar:
- Embora seja entendível a projeção de algumas das sequências dos filmes de forma a dar mais envolvência e esclarecimento ao público da música que era interpretada para essas mesmas cenas, o facto é que na maior parte das vezes não resultou de forma eficaz. Se visualmente é sempre agradável ver uma banda em silhueta à frente de um ecrã de cinema com projeção de filmes a decorrer, neste caso existiram muitos momentos em que a intensidade da música, e até o seu volume, não conseguiram ligar-se harmoniosamente com as imagens, perdendo fulgor cinemático. Não em todos os momentos, mas na maior parte deles. Muitos dos melhores registos musicais da banda, ocorreram quando a mesma atuava sem a projeção das cenas.
- A John Parish Band é uma banda de luxo, feita de instrumentistas que fazem excelente música, de forma extremamente elegante e de irrepreensível bom gosto. É, por isso, sempre capaz de interpretar material de qualidade variável com o mesmo empenho. Tudo isto para dizer que foi óbvia a constatação de que alguns dos temas do álbum são de qualidade composicional bastante inferior a outros que são simplesmente excelentes e de uma beleza melancólica tocante. Entende-se contudo esta oscilação (eventualmente por diferentes estados de espírito de Parish aquando do ato criativo que lhes deu origem, e que certamente são sempre variáveis e circunstanciais), no sentido de que não tem de haver sempre um álbum perfeito de enormes temas. A questão é que Screenplay tem excelentes temas, mas também oferece outros tantos que só se entendem como abordagens experimentais de Parish (ou até devaneios), eventualmente muito válidos para o músico… mas que não alcançam a grandeza e a profundidade de alguns outros.
John Parish é um músico muito simpático com o
público e mostrou-se bastante contente com a receção calorosa que ia recebendo
deste, em forma de aplausos no final de cada tema. Finalizada a atuação, a
banda regressou mais uma vez a palco para, em jeito de despedida e de encore,
interpretarem mais uma composição, Buffalo de seu nome.
Resumindo: direi que foi, sem sombra de dúvida, um bom concerto, mas com as minhas melhores expetativas algo defraudadas, pois de um John Parish só espero nada menos que a excelência.
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