Monday, 10 December 2018

A Burial AT the SEA - Homem Em Catarse, Woodstock 69, Port, 09.12.2018 – Part 1 - Homem Em Catarse.




words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro, proofread by Tommy Luther); photos Guilherme Lucas

I want this no-future review of mine to be different from all previous ones about live bands. This is because the concert I will be talking about, was in itself, completely different from all that I have recently seen (referring to decades, being the old wolf that I am journeying to these gigs and the like.)

The concert, held late Sunday afternoon at Woodstock 69, by Homem Em Catarse, a personal project of musician Afonso Dorido (also guitarist of indignu), was simply EXTRAORDINARY. I write this in capital, noisy letters, to highlight and reinforce a show which was beyond excellent, superb, magnificent. I'm lost for words to describe it. It was the most BEAUTIFUL (yes, beautiful) concert I've ever seen in Campanhã’s bar (I've seen about 60 concerts of all sorts of bands there this year alone).  It was not only the best one I've seen so far, at this particular venue, but also one of the year’s top three, out of all the gigs that I have watched bands play in a number of different venues, totalling to a handsome sum of 150 concerts.

Of course, the sole purpose of this statistic is to express the feeling, and the pure conviction that amongst other bands who provided very good music and unforgettable moments, in a whole array of different styles, ranging from pure chaos to exquisitely played; few were the ones who touched me deeply in the delivery and display of purest beauty and deepest spiritual elevation, leading to places, at times, emotionally unreachable to me
In a simple and natural way, Homem Em Catarse was able to move me, making me shiver with each of his themes. A friend of mine who was unaware of the line-up, and not knowing which bands were playing, was moved to tears by his music. Which means that Catarse (catharsis) is not a random or insignificant name for the project. Afonso Dorido’s music is sublime and purifies us. The concert which I saw is not on YouTube or any other part of the internet.

Live, with the excellent sound the musician had, there is a magical intensity reinforcing the notion that it is always entirely different to listen to a live performance than watching it on video. I knew this, because I was partially aware of what I was going to see (I’m familiar with the musician’s discography and a fan of his music). This was going to be the opportunity to see him live for the first time ..., but I was met with a wonderfully surprising and unforgettable show, something for which, I must confess I was not prepared for. Hence, the importance of seeing bands live and supporting the musicians. They offer us magic in different ways, often when we least expect it. We must always support them in the often ungrateful mission of being on the road, because by doing so, we save ourselves because we’re left in wonder.

This time, I refuse to describe or comment, as I usually do, on the musical genre or possible musical influences of Homem em Catarse, or about his Inner Jorney (s) and related topics; that will be left for future concerts of his which I will attend. Because in reality, it is completely irrelevant when speaking of something so beautiful, brilliant and universal as is his music. The advice I leave to everyone is to urgently listen to it; until you lose yourself in passion.

P.S. - A few months ago, Homem em Catarse was in part the protagonist of the much-publicized controversy of worshippers outraged with the parish priest for using a church in Tomar as a venue for a rock concert. If God exists, he will certainly enjoy Homem em Catarse’s purifying music. May the gates of heaven be opened in all their glory to him, and in the meantime, all the earthly precincts of the country - and of the planet - shall receive his live music.
Thank you for your unforgettable concert and for your precious music, Afonso Dorido!



texto e fotos: Guilherme Lucas

Quero que esta minha review sem futuro seja diferente de todas as outras que tenho vindo a escrever sobre as bandas que assisto ao vivo. Porque o concerto que passarei a comentar foi, também ele, completamente distinto de todos os que tenho assistido nos últimos tempos (leia-se décadas, pois sou já um velho lobo nestas andanças de concertos e afins).

Este concerto a que assisti, já no final da tarde do passado domingo, no Woodstock 69, oferecido pelo Homem em Catarse, um projeto pessoal do músico Afonso Dorido (também guitarrista dos indignu), foi simplesmente EXTRAORDINÁRIO. Escrevo isso em letras maiúsculas, e ruidosas, para acentuar, e reforçar, que foi um espetáculo para lá do excelente, do soberbo e do magnífico. Porque na realidade, faltam-me as palavras para o descrever. Foi o concerto mais BELO (sim, isso mesmo, belo) a que assisti até hoje no bar de Campanhã (e já assisti lá, durante este ano, a perto de 60 concertos com bandas de todos os géneros musicais, possíveis e imaginários, nacionais e internacionais... é consultar as minhas reviews sem futuro na minha página, todas elas foram comentadas por mim), mas este não só foi o melhor que eu vi lá, até esta data, como também é já um dos três melhores deste ano a que pude assistir em todos os diferentes locais a que acorri, e que conta já com a bonita soma de quase 150 concertos. Toda esta estatística que aqui discorro serve unicamente para expressar o sentimento, e a plena convicção, que no meio de outras bandas que me ofereceram muito boa música e momentos inesquecíveis, em registos completamente diferentes, desde o puro caos ao primorosamente executado, muito poucas foram aquelas que me tocaram fundo no registo e no exercício da mais pura beleza e da mais profunda elevação espiritual, para paragens que acho por vezes inalcançáveis a nível emocional para a pessoa que sou. Este Homem em Catarse conseguiu, de uma forma simples e natural, arrepiar-me, e emocionar-me, em todos os momentos de cada um dos temas que interpretou. A uma amiga minha, que não sabia ao que ia (não conhecia de todo as bandas que atuavam nessa tarde no bar de Campanhã), conseguiu fazer com que soltasse lágrimas. O que significa que o termo Catarse não é de todo inocente no nome do projeto, pois a música de Afonso Dorido é simplesmente sublime e purifica-nos. O concerto a que assisti não está no Youtube e em lado algum da net, e ao vivo, com o som excelente com que o músico foi agraciado, há uma intensidade mágica que reforça a ideia de que é sempre muito diferente escutar um espetáculo ao vivo do que o visionar em vídeo. Eu sabia disso, pois sabia em parte ao que ia (conheço bem toda a discografia do músico e sou fã da sua música), e esta ia ser a oportunidade de o ver em concerto pela primeira vez… mas, foi-me oferecido um espetáculo maravilhosamente surpreendente e inesquecível, algo para o qual não estava, de todo, preparado, confesso. Daí a importância em ir ver as bandas ao vivo e apoiar os músicos. Todos eles nos oferecem magia, em modos diversos, e muitas vezes quando menos esperamos. Devemos sempre apoiá-los nessa missão (muitas vezes ingrata de andar na estrada), pois fazendo-o, salvamo-nos porque nos maravilhamos.

Desta vez, escuso-me a descrever ou comentar, como habitualmente é minha prática, o género musical, ou das possíveis influências musicais no trabalho deste Homem em Catarse, da(s) sua(s) Viagen(s) Interior(es) e temáticas afins; isso ficará eventualmente para outros seus concertos a que possa vir a acorrer. Até porque na realidade isso é completamente irrelevante quando falamos de algo belo, genial e universal como é a sua música e o conselho que deixo a todos é de a escutar de forma urgente; até se perderem de paixão.
P.S. - Este Homem em Catarse, foi, em parte, protagonista, há uns poucos meses atrás, da muito noticiada polémica de fiéis indignados com o padre da paróquia, pela utilização de uma igreja, em Tomar, como recinto de um concerto rock. Se Deus existe, certamente que gostará da música purificadora deste Homem em Catarse. Que se abram as portas do Céu, em toda a sua glória, para ele, e que no entretanto, todos os recintos terrenos deste país - e do planeta - recebam a sua música ao vivo.

Afonso Dorido, muito obrigado pelo teu inesquecível concerto e pela tua preciosa música!



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