Friday, 21 December 2018


Andy Burns, Casa do Livro, Porto, 18.12.2019.
words: Guilherme Lucas (freely translated by Raquel Pinheiro); photos Guilherme Lucas

Andy Burns an Australian singer-songwriter living in Tokyo, maker of high-quality alternative lo-fi pop songs that some music critics nickname bedroom pop because of how the musician composes, records and produces, all almost home-made. His songs also have a theme that derives from many of his daily, personal, unashamed and somewhat ironic thoughts and experiences, many of them home-grown or with people who somehow come by his home or work life. In short, a kind of philosophy and sense of everyday life transformed into pop songs.

So far, the musician released two excellent albums in 2018 (Excited in April and Good Grief in August), having, at the beginning of his career, released another - not much mentioned - called Songs for Films, from 2016. Is simply fascinating, consisting of three beautiful songs. Currently, Andy Burns seeks to revitalize his career, hence the release of two albums this year, as a way to accelerate the advertising process of his work, along with what it entails.
The Australian musician played last Tuesday at Casa do Livro, in Porto, the last date concert of his European tour, started in November.
Armed only with his Fender guitar, connected to a small Vox valves amplifier, and with the instrumental sound of his songs, as heard in his albums, one after the other by way of linking his mobile to the room ‘s PA, the musician offered his show to the audience. A mix of karaoke with guitar and voice in the instant. It fully worked and, as much as possible, it was extremely simple and honest where the lo-fi approach of his music is concerned.
Either playing tracks with the guitar, or putting it aside and wielding the microphone whistle wandering in rambling dance steps, Andy Burns not only showed a tremendous competence to depict his music in its different intensities but also in its most humorous parts.

He was quite nice with the audience, always telling stories about some of his songs, among smiles and giggles from the audience, explaining that one was dedicated to a friend who works at a Disney call center (and what it means when it come to the level of hilarious imbalances). Or the loved-up couple with whom he shared the apartment who used the sofa bed for the obvious, always keeping hold of it, therefore leaving him hoping all the time to rescue it … and his peace.

I really enjoyed Andy Burns’ concert, not only because of his music, but also for format found; a very unusual thing live, but that proved to be extremely accurate and convincing. It was quite enjoyable and to the flavour of his music and this type of registry, pop (but not mainstream or commercial pop). Andy Burns is a solid name to be reckoned with right now in the current the alternative lo-fi pop. Tremendously recommendable!




texto e fotos: Guilherme Lucas

Andy Burns é um cantautor australiano a viver em Tóquio, criador de canções pop de grande qualidade, num registo alternativo e lo-fi a que alguma crítica musical apelida de bedroom pop, muito por conta da forma como o músico compõe, grava e produz o seu trabalho, e que é quase todo ele feito em ambiente caseiro. Mas também há nas suas canções uma temática que deriva das diversas experiências e pensamentos pessoais, desassombrados e algo irónicos, do dia-a-dia de Andy Burns, muitos deles caseiros ou com pessoas que, de alguma forma, cruzam a sua vida, tanto no seu emprego como na sua residência. Uma espécie de filosofia e sentido de vida do quotidiano transformados em canções pop, para abreviar. 

Até à data, o músico lançou dois excelentes álbuns durante este ano de 2018 (Excited, em Abril e Good Grief em Agosto), tendo no início da sua carreira lançado um outro – que não é muito referenciado – de nome Songs for Films, de 2016, e que é simplesmente fascinante, constituído por três belas canções. Andy Burns procura atualmente revitalizar a sua carreira, daí a edição de dois álbuns este ano, como forma de acelerar o processo de divulgação do seu trabalho, com os consequentes concertos ao vivo a que isso obriga.
O músico australiano esteve na passada terça-feira, no bar Casa do Livro, no Porto, para a última data de uma tour europeia, iniciada em Novembro.

Foi, munido apenas da sua guitarra Fender, ligada a um pequeno amplificador Vox a válvulas, e com o som do instrumental das suas canções, tal qual as escutamos nos seus álbuns, a sucederem-se por via da ligação do seu telemóvel para o PA da sala, que o músico ofereceu ao público o seu espetáculo, um misto de karaoke com guitarra e voz ao momento. E o que é facto é que esta tipologia funcionou plenamente e foi, na medida do possível, extremamente simples e honesta em relação à abordagem lo-fi da sua música.
Ora interpretando temas com a guitarra a acompanhar, ou simplesmente colocando-a de parte e empunhando o microfone, enquanto deambulava em passos dançantes desconexos, Andy Burns, não só demonstrou uma enorme competência para representar a sua música nas suas diferentes intensidades, mas também nas suas partes mais humorísticas.

Simpático que baste com a audiência, sempre foi contando algumas histórias referentes a algumas das suas canções, entre sorrisos e gargalhadas da assistência, explicando que uma era dedicada a um amigo que trabalha(va) num call-center da Disney (e do que isso pressupõem a nível de desequilíbrios hilariantes), como do casal de namorados com quem partilhava o apartamento e que usavam o seu sofá-cama para o óbvio, estando sempre ocupado, ansiando, por isso, e a todos os momentos pelo resgate do mesmo... e da sua paz. 

Gostei bastante deste concerto de Andy Burns, não só pela sua música, mas também pelo formato de espetáculo encontrado; é algo muito pouco usual ao vivo, mas que demonstrou ser extremamente preciso e convincente. Este foi bastante agradável e ao sabor da sua música, e, neste tipo de registo, que é pop (mas não pop mainstream ou comercial), Andy Burns é um nome sólido para se contar, desde já, dentro da pop lo-fi alternativa atual. Muitíssimo aconselhável!



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